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Novas dramaturgias no Festival Y

Projectos multimédia e de novas tecnologias apresentados na Covilhã e Castelo Branco até sábado

Dando ênfase a outras formas de arte, o Festival Y dedica a primeira semana de Novembro a novos criadores e a estruturas na área da performance multimédia e das novas tecnologias. Depois dos Trimagisto e de Sílvia Ferreira, com “Projecto Móbil”, o palco do Teatro-Cine está reservado hoje à noite para o espectáculo multimédia “En-Sueño”, de Irene Lázaro. Teatro, dança, música e imagem conjugam-se nesta peça que pretende retratar a realidade em que vivem algumas mulheres que, de uma ou de outra forma, trabalham ao serviço do homem.

“En-Sueño” começa com imagens do quotidiano: mulheres ocupadas, assustadas e algumas à beira da loucura, interpretadas por Irene Lázaro e Luz Juanes. O espectáculo é ainda completado com testemunhos reais, escritos ou em voz alta, e por elementos audiovisuais. No mesmo dia, mas no auditório do Instituto Politécnico de Castelo Branco, é a vez do Teatro NÃO subir ao palco com a performance multimédia “São precisos dois para dançar a valsa”. Trata-se de um espectáculo interactivo que recorre a técnicas da entrevista e do teatro contemporâneo para desenvolver um “talk show” ao vivo e em directo no qual o público é desafiado a participar por sms, mensagens posteriormente projectadas num grande ecrã. A plateia pode assim participar sem se expor e definir o assunto a debater com a actriz Catarina Matos. O festival regressa amanhã à Covilhã com o projecto de “living painting” “Mãos na terra, cabeça no ar”, da Colecção B. Trata-se de uma performance multimédia de dez minutos em que o grupo se interroga sobre a origem dos gestos primordiais do trabalho. Este espectáculo resulta de produções anteriores da Colecção B e integra os trabalhos “A menina” (2000-2002), um desafio a partir do quadro homónimo de Velásquez, e “Bruce Lee revisitado” (2003), feito de imagens sépia, “remix” sonoro e trabalho de actores ao vivo.

No sábado o palco do Teatro-Cine pertence a Patrícia Portela e ao projecto “Wasteband”, uma performance virtual num ambiente de ficção científica e de encontros “tupperweare”. Esta produção junta um actor, um astronauta, um músico, o programa informático “Power Point” e uma mesa elíptica onde se projectam verticalmente imagens vídeo e se reúnem espectadores e intérpretes. Entretanto, realiza-se nos próximos dois fins-de-semana o “workshop” de escrita criativa, orientado por Carlos Alberto Machado, com vista à construção de um texto dramático. Carlos Alberto Machado é professor na licenciatura de Estudos Teatrais da Universidade de Évora e já encenou as peças “Restos. Interiores”, “Aquitanta” e “Salada Cómica”, enquanto muitos dos seus textos para teatro já foram representados por diversas companhias, entre as quais “O Bando” e a Companhia de Teatro de Almada.

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