A nova sede da Pró-Raia – Associação de Desenvolvimento Integrado da Raia Centro Norte vai ser inaugurada durante o mês de Junho. Situada no centro histórico da Guarda, resulta da recuperação de um edifício de grandes dimensões que vai acolher igualmente um Centro de Integração Sócio-Profissional. Trata-se da nova área de actuação da associação e consiste num espaço de formação vocacionado para integrar no mercado de trabalho pessoas com menos oportunidades e desfavorecidas, como os deficientes ou os alcoólicos e toxicodependentes recuperados.
Os cursos a leccionar ainda não estão definidos, mas deverão abranger as áreas com mais procura na região. O edifício de dois pisos, situado na Rua General Póvoas, é composto por um espaço administrativo, três salas de formação e ainda um mini-auditório. De acordo com Esmeraldo Carvalhinho, presidente da direcção, em representação da autarquia guardense, a obra custou mais de 868 mil euros, tendo sido comparticipada em 15 por cento pelo município o restante pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS). «A empreitada decorreu em tempo recorde e esperamos que seja um exemplo de intervenção a seguir na recuperação de imóveis no centro histórico», diz. O edifício vai passar a centralizar toda a actividade da Pró-Raia, onde trabalham apenas cinco funcionários, que gere localmente o programa Leader + e está vocacionada, entre outras coisas, para apoiar a instalação de empresas no meio rural, a recuperação de áreas de lazer e os artesãos dos concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Pinhel e Sabugal. Já concretizado e a rolar está o famoso camião/expositor.
O semi-reboque promocional esteve na cidade na semana passada com produtos artesanais produzidos no município e vai ficar estacionado em Trancoso durante a sexta edição da MANIFesta, que começou ontem. «Vai ser uma das grandes atracções», garante Esmeraldo Carvalhinho, realçando que o camião está equipado para todo o tipo de exposições, iniciativas promocionais e mesmo acções de formação profissional. «Pode transformar-se facilmente num salão fechado com ligações telefónicas, audio, vídeo e rede informática», acrescenta. «É um equipamento que enriquece a região, pelo que a Pró-Raia só espera agora que as diversas entidades públicas e privadas tenham capacidade para o utilizar», desafia o responsável. De resto, já há vários pedidos em carteira, nomeadamente da Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior (DRABI), que, no início de Maio, estreou o camião numa feira alimentar em Andorra. O stand móvel custou mais de 416 mil euros, tendo sido apoiado pelo projecto Leader, mas ficou conhecido sobretudo pela controvérsia gerada à sua volta. Tudo por causa da demora na sua concretização. «Foi uma polémcia infundada e sem sentido. Também era vontade da Pró-Raia que o projecto tivesse andado mais célere, o que não aconteceu devido à sua complexidade», adianta Esmeraldo Carvalhinho, indicando que os atrasos ficaram a dever-se «a problemas entre o fabricante e o vendedor».
E recorda que o camião «não existia no mercado» quando foi concebido. Com uma área total de 120 metros quadrados ou 80 se fechado, o stand promete causar impacto por onde passar. Para além da facilidade de colocação «em qualquer lado».
Luis Martins
