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Nova ligação ao IP5 com mais contestatários

Autarcas do Norte do Concelho da Guarda juntam-se aos seus colegas do Vale do Mondego para protestar contra a solução da Estradas de Portugal

Duas semanas depois dos seus colegas do Vale do Mondego terem reivindicado a reabertura do troço do antigo IP5 entre o Porto da Carne e o Alvendre, os presidentes de Junta das freguesias do Norte do Concelho da Guarda prometem «lutar com todos os meios ao seu alcance» para impedir que a ligação daquele ponto à estrada municipal 577 seja construída.

Esta alternativa da Estradas de Portugal (EP) para possibilitar a circulação entre o Vale do Mondego e a capital do distrito, sem passar pela A25, após o fecho do IP5, não agrada às freguesias afectadas. Numa “carta aberta” enviada esta semana ao ministro das Obras Públicas, seis autarcas da Associação de Freguesias do Norte do Concelho da Guarda lamentam que «quando por todo o país se assiste à construção de variantes às localidades para delas retirar trânsito» se vá construir «uma ligação do IP5 à EM 577 que fará aumentar o volume de trânsito dentro da freguesia do Alvendre», criticam. Um aumento do tráfego que «tem origem no Vale do Mondego, sendo o mais significativo e preocupante o trânsito pesado da indústria e transportadores internacionais sedeados no Porto da Carne e Vila Cortês do Mondego, através do nó do IP5 no Sobral da Serra, mas também tem origem no nó de ligação da A25 ao IP5, em construção junto da “Ponte do Ladrão”», frisam. De resto, apesar de ter sido remodelada em 1999, a EM 577, garantem, «não foi preparada para este volume e tipo de trânsito», sendo que o piso «já muito degradado pela circulação dos pesados de transportes de inertes para a A25, não suportará a circulação diária das dezenas de pesados sedeados no Vale do Mondego».

Os presidentes de Junta do Alvendre, Avelãs de Ambom, Avelãs da Ribeira, Pêra do Moço, Rocamonde e Vila Franca do Deão reclamam que as suas populações e as das freguesias vizinhas «passarão a ter piores e mais demorados acessos à cidade da Guarda, não só porque passarão a dispor de uma estrada com condições de circulação inferiores às que existiam no IP5, mas também porque o número de viaturas a circular será muito maior», sublinham. Assim, a Associação «não aceita» que as populações fiquem com «piores estradas por causa da construção da A25», considerando que a Guarda «precisa de uma alternativa à única entrada pela freguesia de S. Miguel». Neste sentido, a Associação assegura que «continuará a lutar com todos os meios ao seu alcance para impedir a abertura da ligação do IP5 à EM 577 até serem dadas garantias, por escrito, de construção de uma solução que garanta qualidade de vida às populações do Alvendre, aproxime da cidade da Guarda as populações do Norte do Concelho e do Vale do Mondego e diminua o trânsito na freguesia urbana de S. Miguel». Por outro lado, reclamam «um novo acesso ao IPG, Hospital e Maciço da Serra da Estrela». Por último, a Associação entende que a solução deste problema criado pela construção da A25 «é da responsabilidade da Estradas de Portugal e deve ser assumida e suportada financeiramente na integra pela entidade que o criou», realça.

Entretanto, Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, saiu satisfeito da reunião que na semana passada manteve com o secretário de Estado adjunto e das Obras Públicas, Paulo Campos, por ter obtido a garantia de que o estudo da ligação do IP5 à A25 através da Ponte do Alvendre «vai ser discutido e analisado». Também na semana passada, a Assembleia de Freguesia de S. Miguel da Guarda anunciou que vai reclamar junto do Primeiro-Ministro e do ministro das Obras Públicas a concretização da duplicação dos cerca de 850 metros da via entre a rotunda do Bairro de S. Domingos e o acesso à A25. Na moção, a que “O Interior” teve acesso, pode ler-se que «além da ligação da A25 à VICEG, aqueles 850 metros permitem também o acesso a vários bairros residenciais e a uma estrada municipal».

Ricardo Cordeiro

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