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Nova área empresarial de Seia pronta em Setembro

Presidente da Câmara pede apoio do Estado para parque de Vila Chã, concretizado exclusivamente pela autarquia

Eduardo Brito reclamou, sexta-feira, o apoio do Estado para a Área Empresarial da Abrunheira, em Vila Chã, um investimento de 2,5 milhões de euros praticamente concluído e concretizado exclusivamente com fundos próprios do município de Seia. O autarca pediu dois milhões, mas o secretário de Estado da Indústria e Inovação, Castro Guerra, só prometeu empenhar-se para resolver o problema. «Admito que algum virá», disse após visitar o espaço.

O novo parque industrial, que a autarquia conta ter pronto em Setembro, abrange uma área de cerca de 22 hectares, dividida em 41 parcelas, 37 das quais destinam-se a indústria e/ou serviços. Dois lotes já estão ocupados pela Fábrica do Pão, uma unidade ligada aos promotores do Museu do Pão, enquanto outros 20 irão acolher 16 novos projectos, gerando perto de 200 postos de trabalho. Estas intenções de investimento referem-se a áreas como a construção civil e obras públicas, plásticos, climatização, serviços eléctricos, mobiliário, alumínios e uma lavandaria industrial, entre outros. As restantes parcelas serão ocupadas com equipamento público, a ETAR e a Estação de Transferência de Resíduos Sólidos Urbanos, já existente. Para Eduardo Brito, autarca local, a Área Empresarial da Abrunheira vai marcar «uma era» na renovação do tecido empresarial do concelho. «Queremos ajudar os nossos empresários a renovar e a modernizar os seus negócios, dando-lhes condições para serem cada vez mais competitivos», disse. Contudo, o caminho não tem sido fácil. O presidente recorda que a autarquia está a «correr sozinha» desde o início do projecto, mas espera agora vir a ser acompanhada pelo Estado. «Até aqui foi uma prova de resistência e de convicção, porque estão aqui aplicados 2,5 milhões de euros. Mas tínhamos que mostrar ao Governo o que já fizemos para reivindicar apoios financeiros», acrescenta.

Eduardo Brito explica que esta opção da Câmara avançar sozinha prende-se com a necessidade deste tipo de iniciativas ter que «andar mais depressa», só que o problema acontece na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. «Há dois anos que andamos a tentar convencer a CCDRC a mudar o dinheiro das Áreas de Localização Empresarial (ALE) para os parques industriais e não há forma disso acontecer», indica, anunciando entretanto que já foram adquiridos mais 30 mil metros quadrados em Vila Chã para acolher uma incubadora de micro-empresas. De resto, o autarca senense aproveitou a presença de Castro Guerra para lembrar a importância de melhores acessibilidades da cidade ao IP3 e à futura A25. «Espero que se concretizem nesta legislatura», sustentou. Por sua vez, o secretário de Estado da Indústria e Inovação falou da crise que o país atravessa e destacou a necessidade de mais investimento qualificado em Portugal. «O Ministério da Economia está apostado em dar condições para relançar a confiança dos empresários», sublinhou, ao falar da recente reorientação do PRIME. Castro Guerra enalteceu o «grande esforço» financeiro da Câmara de Seia para implementar este projecto, um exemplo que gostaria de ver seguido mais vezes: «Não podemos, nem devemos, ficar sempre à espera do Estado, de quem esperamos muitas vezes que resolva tudo ou que responsabilizamos por tudo», disse.

Luis Martins

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