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«Nos próximos anos o Fundão vai estar no mapa dos destinos turísticos do país»

Cara a Cara – Entrevista

P-Uma das apostas deste executivo municipal foi afirmar o Fundão através da promoção cultural e turística. Que resultados foram atingidos?

R-A cultura é percepcionada do ponto de vista transversal em todas as suas vertentes, pois sabemos que sendo um Município do interior, um dos valores mais importantes é a sua cultura e identidade. Nesse sentido constituímos um conjunto de eventos, ao longo do ano, com os valores mais intrínsecos da região, nomeadamente, com a questão da Quadragésima, as festividades ligadas à Cereja, a transumância, e outras questões ligadas à aldeia histórica. Ou seja, todo um conjunto de eventos de grande qualidade e únicos, que dão suporte ao próprio calendário das estações. Assim, de uma forma contínua, temos pontos de interesse e de atracção cultural e turística no nosso concelho. Por isso ano após ano, assistimos ao aumento da notoriedade da região. Nunca o concelho de Fundão foi tão falado e chegou tão longe, do ponto de vista turístico. Esta análise baseia-se no aumento dos números da hotelaria e da restauração, principalmente, quando há na agenda algum evento.

P-O Fundão poderá ser, portanto, uma cidade de referência na Beira Interior em termos culturais e turísticos?

R-Julgo que sim. Por isso estamos a fazer um trabalho muito forte nesse sentido, e sobretudo estamos com um plano de investimentos ao nível de atracções, equipamentos culturais, da restauração, do alojamento e da comunicação. Em algumas batalhas estamos a chegar ao fim, o que nos permite estar optimistas quanto ao futuro, tendo em conta o projecto consistente e bem construído. Por isso seguramente vamos colher os frutos, nos próximos anos, e nessa altura o Fundão será colocado no mapa dos destinos turísticos do país.

P-Podemos então dizer que foi uma aposta positiva?

R-Foi uma aposta positiva, que também tem por trás um suporte estratégico. Elaboramos um plano estratégico onde esta vertente temática do concelho do Fundão, o qual é muito heterogéneo, constituí-se como um produto turístico muito diferenciado, que vai ao encontro do que actualmente as pessoas querem, como experiências novas, uma linha vivencial, o contacto com o património tanto o construído, com o natural, mas de uma forma activa e próxima.

P-Como está o processo da transformação da antiga moagem num centro de artes e cultura?

R-Mais que um centro de artes é um espaço cultural, é um espaço multifacetado para espectáculos, para restaurantes temáticos, ou seja, é um equipamento constituído por um conjunto de valências integradas. Neste momento foi aberto o concurso público para as propostas, e num espaço máximo de dois meses devem ser iniciadas as obras de recuperação desse projecto emblemático.

P-Uma nova aposta é a transformação das estações ferroviárias em centros de actividades culturais…

R-Nós iniciámos um processo de beneficiação com a REFER, que é a entidade que tutela as antigas estações dos caminhos de ferro na linha da Beira Baixa e nesse sentido estamos efectivamente em vias de celebrar um protocolo onde se estipulam as condições dessa cedência. Para nós essas estações são de facto muito interessantes, do ponto de vista patrimonial, queremos ter uma palavra a dizer, e por isso queremos que essas estações continuem activas nesses municípios, assim, estamos a estudar as formas para reutilizar esse conjunto de estações para outros fins. Iniciando esse processo com uma das estações mais emblemáticas, que temos do concelho do Fundão, que é a estação Fatela-Penamacor, agora com a residência artística que constitui o Paralelo 40ºN.

P-Para que fins pretende utilizar as estações de caminho de ferro?

R-Sendo essas estações equipamentos de cariz cultural, a Fatela-Penamacor, por exemplo, pode ser um espaço para desenvolver actividades, como residências artísticas, salas de exposição, onde uma certa cultura de viagem possa estar permanente, e ao mesmo tempo também novas formas de alojamento, pensando no turismo juvenil. Outros fins, tão simples, como espaços para arrumação e para fins que complementem e sustentem cada uma das freguesias, e outras áreas, mais ligadas ao lazer e ao património ferroviário. Pretende-se constituir uma rede de espaço, que vão culminar na moagem, que é um espaço natural por excelência, ele próprio junto à estação dos caminhos de ferro do Fundão, e seguramente irão constituir mais pontos de chegada e partida de interesse, do ponto de vista da criação desse destino turístico do Fundão, pensado para todas as gerações.

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