Arquivo

New Orleans

Bilhete Postal

Estivemos lá em 2005, no começo do ano, e vimos a festa do Mardi Gras, com gente atirando de Bourbon Street (entre a Canal St. e a Esplanade Ave.- todas submersas) as magníficas Beed sobre os transeuntes. Foi uma experiência divinal, carregada de excessos, de pequenos pecados, de convite contínuo à música e a baloiçar o corpo. Há um calor naquela festa que deixa o sorriso manter-se mais que o normal e já que estás a rir lá vem de uma varanda mais um colar colorido afagar-te o pescoço. Beeds são estes colares de peças vivas que se vão pendurando. Se elas mostram as mamas chovem beeds das varandas. E algumas mostram tudo. Eles andam de Elvis, de Gravata, seminus e muito mais. Há festa nas varandas e nas ruas enquanto passam as bandas a swingar. Contratámos a Lucky Lady, uma taxista negra de discurso difícil àquela hora da manhã. “I was drinking all night”. Gravei-a nos meus vídeos e espero que esteja viva. O hotel onde dormimos estava ontem com metros de água à volta. Morreu uma cidade e uma mística. Houve ali uma descontinuidade e a vida retoma-se outra, diferente e se calhar muito melhor. Assim renasceu Lisboa depois da catástrofe.

Por: Diogo Cabrita

Sobre o autor

Leave a Reply