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Neve inspira moda

Criações de alunos da UBI desfilaram no “Snow Fashion”, a dois mil metros de altitude

A magia da neve e da Serra da Estrela inspiraram cerca de três dezenas de estudantes de Design Têxtil e do Vestuário da Universidade da Beira Interior (UBI). Um desfile de moda, promovido pela Turistrela, no ponto mais alto do continente foi o resultado.

O “Snow Fashion 2006” reuniu modelos nacionais, como Rubim, Miguel Teixeira, Celine ou Lúcia Garcia, entre outros, numa passerelle improvisada de 20 metros junto às pistas de esqui, abrilhantando assim as produções arrojadas dos estudantes. Ao todo, foram mais de 50 as criações desenhadas pelos jovens estilistas, divididos em 12 quadros distintos. Durante 45 minutos, e perante uma boa assistência, desfilaram criações inspiradas nos limpa-neves, nas Torres da Força Aérea, na serra durante a noite ou nos contos tradicionais que fazem parte do imaginário popular, como a história da Rainha do Gelo ou do Capuchinho Vermelho e o Lobo Mau. Mas também houve modelos inspirados nos trajes tradicionais serranos, nas batalhas Lusitanas, nos Montes Hermínios ou nos ícones rebeldes que marcaram décadas, como a Madonna. O sol também ajudou ao ambiente “fashion” do evento, que já tinha sido adiado no fim-de-semana anterior devido às más condições climatéricas.

No final, o sentimento só podia ser de satisfação. «Foi fantástico. Estou surpreendido e impressionado com as criações», admitiu Artur Costa Pais, administrador da concessionária de turismo na Serra da Estrela, adiantando que o evento é «seguramente» para repetir no próximo ano. «A iniciativa foi um teste para podermos fazer este projecto de uma forma muito mais ampla e com uma dimensão maior», revelou, esperando ter nessa altura mais patrocinadores para que o “Snow Fashion” se torne ainda mais grandioso. Tudo porque esta iniciativa inédita, a cerca dos dois mil metros de altitude, demonstrou que «a Serra está na moda» e que é um «espaço temático» para um vasto conjunto de actividades. Uma opinião partilhada por Rubim, um dos modelos mais reconhecidos na passerelle. «Foi uma boa experiência e o cenário ajuda a este tipo de iniciativas. É lindíssimo», elogiou, enaltecendo ainda a criatividade dos estudantes.

Em êxtase estava também Ana Júlia e Ana Brígida, duas jovens criadoras que confeccionaram as peças do desfile. «Foi fantástico», repetiam, salientando a excelente oportunidade para testarem a sua criatividade e a preparação para o mundo do trabalho.

«Valeu a pena», disse por sua vez Miguel Gigante, o estilista que coordenou o desfile, visivelmente satisfeito por ter cumprido os objectivos desta iniciativa. «A ideia não era comercializar as peças, mas fazer coisas diferentes e que provocassem alguma reacção na assistência. E isso foi conseguido», garantiu.

Liliana Correia

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