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Neve artificial vai cobrir as pistas da Torre este Inverno

42 canhões de neve estão prontos a arrancar em Novembro, enquanto a telecadeira já funciona para passeios de Verão na Serra

Os amantes dos desportos de neve poderão deliciar-se já este Inverno com neve artificial em grandes quantidades nas pistas da Torre, na Serra da Estrela, para a prática de esqui, snowboard e outras modalidades, para além de uma telecadeira para o transporte das pessoas. A partir de Novembro, estarão a funcionar na estância de esqui, ao longo de 7,5 quilómetros de pista, 46 canhões de neve para levar a cabo «a grande mudança dos desportos de neve em Portugal». Trata-se, pois, de um investimento «âncora do desenvolvimento turístico» e um projecto estratégico para a «viabilidade do turismo em Portugal», garante Artur Costa Pais, presidente da Turistrela, empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela.

Costa Pais acredita estar a dar passos significativos para «inverter a tendência» dos portugueses procurarem novos destinos de férias na neve, nomeadamente em terras espanholas. Esta aposta no turismo na neve poderá ainda atrair para Portugal e para a região os turistas de localidades «mais próximas da Serra», como os oriundos de Salamanca, Cáceres e Badajoz. Além do impulsionamento turístico e, consequentemente, económico, o investimento possibilita também «vantagens para o desporto», uma vez que com a possibilidade de se produzir neve artificial – o que acontece com temperaturas abaixo dos dois graus negativos – os mais “radicais” ou os mais clássicos poderão sempre contar com neve, tendo assim a garantia das pistas funcionarem por mais dias, de Novembro a Abril. Uma possibilidade que dantes não era possível, visto que a prática dos desportos de neve estava sujeita às condições climatéricas.

A Turistrela vai ainda cativar os desportistas com uma telecadeira para os levar até ao cimo da Torre. Recorde-se que até há pouco tempo, esta deslocação apenas era possível através de um cabo mecânico. A telecadeira, com 1 quilómetro de comprimento, quatro lugares por cada cadeira e capacidade para transportar duas mil pessoas por hora, «já está a funcionar» para que as pessoas possam desfrutar do passeio desde a Torre até aos Lagos de Loriga. O investimento custou quatro milhões de euros, incluindo-se aqui «toda a obra civil, o equipamento informático, os edifícios novos, sistema novo de material de esqui e pranchas de snowboard», descreve Costa Pais, tendo sido apoiado em 40 por cento pelo Sistema de Incentivos ao Turismo (SIFTUR). A obra, promovida pela Turistrela, representa assim uma ambição de há pelo menos quatro anos. Mas só em 2002 se tornou possível após o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e outras entidades, como a EDP, Clube Nacional de Montanhismo, Federação Portuguesa de Esqui e Direcção Geral do Ambiente, deram aval positivo aos projectos de segurança, sinalização e produção artificial de neve apresentados pela Turistrela. As obras iniciaram-se no Verão passado, tal como “O Interior” noticiou a 23 de Agosto de 2002, de modo a que estivessem prontas no último Inverno. Mas o mau tempo que se fez sentir levou a que as obras se atrasassem, pelo que as pistas estiveram encerradas.

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