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Nercab cria Centro de Formação Empresarial na Covilhã dentro de um ano

Cedência de terrenos e adjudicação da obra foram formalizadas na semana passada

Dentro de um ano, a Associação Empresarial da Região de Castelo Branco (Nercab) deverá estar instalada no Parque Industrial do Tortosendo com um Centro de Formação Empresarial (CFE) semelhante ao que existe na sede do distrito. Esta é pelo menos a pretensão do Nercab, que assinou na semana passada a escritura de compra e venda de três lotes de terreno, com uma área total de 16,5 mil metros quadrados (a um euro por cada metro de terreno), com a Câmara da Covilhã, ao mesmo tempo que entregou a construção da obra à empresa Camilo de Amorim – Construções Civis, Lda.

16 anos depois de se ter instalado na cidade albicastrense com um Centro de Formação Empresarial, o Nercab estende-se assim à zona Norte do distrito para criar uma estrutura «praticamente idêntica» à existente em Castelo Branco, que possui sete salas de formação, um espaço polivalente de formação/informação, um espaço de convívio, uma sala de estudo/centro de documentação, um gabinete para o coordenador de formação, um gabinete de apoio à formação e um economato/reprografia. Recorde-se que o actual Centro de Formação Empresarial da Cova da Beira, sediado no Parque Industrial do Canhoso, apenas dispõe de três salas de formação. Com este projecto, orçado em cerca de 2,5 milhões de euros, o Nercab terá todas as condições para «criar uma delegação na Covilhã com a dignidade suficiente que o concelho merece», realçou João Fernandes Antunes, presidente do Nercab. Isto porque, na sua opinião, construir-se-á um edifício que «honrará o Nercab e criará as condições necessárias para dar todo o apoio às empresas» nos três vectores essenciais da associação: apoio aos associados, formação e criação de investimentos estratégicos para o desenvolvimento da região. O futuro CFE terá «uma função incubadora e de auditoria», sendo certo que para além da continuidade dos cursos de qualificação intermédia, como a formação de canalizadores, electricistas ou desenhadores, irá apostar ainda na área do turismo.

Carlos Pinto também está confiante nas vantagens da instalação do Nercab: «Temos a convicção que a experiência que o Nercab alcançou vai ser muito produtiva a favor da rede empresarial da Covilhã», frisou o autarca, referindo-se à «dinamização» da associação empresarial na formação e na criação de ideias para potenciar investimento. Para além disso, esta é a possibilidade da autarquia conseguir atrair «investimentos logísticos de serviços e unidades hoteleiras» para a zona industrial do Tortosendo, por se tratar de um parque «planeado com as condições exigidas a nível europeu», realçou o edil, ainda para mais quando restam menos de 20 lotes para vender naquela zona industrial.

Associação Empresarial da Covilhã insatisfeita

O presidente da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP), João Carvalho, é que não ficou nada satisfeito com a cedência dos três lotes de terreno ao Nercab e diz mesmo estar «surpreendido» com tal facto. É que há cerca de dois anos atrás, a AECBP tinha solicitado à Câmara da Covilhã um terreno com aquelas dimensões para «construir a sede e um Centro de Formação Empresarial», mas que a autarquia disse «não ser possível», desabafa aquele responsável. «Curiosamente, foi esse o terreno cedido ao Nercab e não percebo porquê», acusa João Carvalho, sentindo-se ainda prejudicado por terem cedido à AECBP um terreno junto ao CITEVE de apenas 5 mil metros quadrados. «Só lamento que seja privilegiada uma associação da cidade vizinha», desabafa, ainda para mais quando a AECBP tem mais associados e desempenha também as funções de formação profissional. «Não vejo a necessidade em se criar uma nova associação. Não se enquadra com o desenvolvimento regional, pois estamos a dotar o país com escolas que ficarão às moscas», acusa. Entretanto, o dirigente diz que não haverá qualquer «conflito» nem com o Nercab ou a Câmara da Covilhã, até porque «as minhas relações com o presidente da Câmara sempre foram boas, não há nada de pessoal e reconheço que tem feito um bom trabalho na Covilhã. Só não tenho é explicação para esta situação», salienta.

Liliana Correia

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