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«Nem uma luzinha de Natal existe na Praça Velha»

Cara a Cara – Entrevista

P – Qual é a tarefa e função do condomínio comercial?

R- O condomínio comercial é para a representação, defesa e promoção das empresas que estão sedeadas no Centro Histórico da Guarda. Já existe uma diversidade de condomínios congéneres que nos parecem estar a trabalhar bem e nós vamos tentar também fazer isso com as empresas que estão sedeadas na zona histórica.

P – Quais são os vossos projectos prioritários?

R- Vamos tentar revitalizar, de novo, a Praça Velha, que já foi o centro da Guarda e que agora deixou de o ser por causa das obras e não só. Uma das nossas maiores apostas vai ser cativar, de novo, as pessoas a virem à Praça Velha. O mais importante é dinamizar os comerciantes, juntarmo-nos todos e termos interesse comum por esta zona. A nível de promoção e quando acabarem as obras teremos de arranjar alguma maneira, algum evento que traga de novo as pessoas à Praça Velha para retomarem as compras nesta zona de comércio da cidade.

P – Qual é a sua posição em relação às obras do Polis no Centro Histórico?

R- Acho que a Praça Velha, depois de acabada, vai ficar bonita e penso que não vai demorar muito. Mas as obras têm trazido graves problemas financeiros às empresas porque realmente tem havido pouca celeridade na realização dos trabalhos. Não sei se o problema é do construtor, se é do Pólis, se é falta de verba, acho que é tudo junto que está a atrasar e a dificultar as obras, mas acredito que na Páscoa isto estará tudo pronto.

P- Os comerciantes são os mais prejudicados…

R- O nosso ganha pão é nesta zona e as pessoas desabituaram-se de vir à Praça Velha, porque chegam aqui e não têm estacionamento. Agora nem luz tem, o que é uma vergonha. Há uma parte lateral da zona da antiga Câmara que nem um candeeiro tem a trabalhar. Já questionei tanto a EDP como o Pólis e descalçam-se uns com os outros. A partir das 17h30 é assustador andar na Praça Velha porque está tudo às escuras. Dizem que vão instalar uns candeeiros novos dentro de dias, mas até lá podiam ligar algumas luzes. E uma crítica à Câmara: nem uma luzinha de Natal existe na Praça Velha.

P- Falou da falta de estacionamento. Acha que pode ser um entrave às pessoas que vêm aqui ou vão ser criadas outras opções conciliadoras?

R- A Praça Velha tinha à volta de cem lugares de estacionamento, – acho mal porque era quase um amontoado- mas mal ou bem as pessoas vinham e estacionavam aqui. Não sei em que fase estão os processos de estacionamentos subterrâneos da cidade. Na altura, foi dito pela ex-presidente da Câmara que iriam criar um no Jardim José de Lemos e outro junto à Escola de Santa Clara, mas agora não sei em que situação estão porque nunca mais ouvi falar dessa situação. O que é certo é que tiraram os lugares e não criaram estacionamento, o que deveriam ter feito antes de começar as obras. Realmente isso está a prejudicar-nos imenso e agora a Praça Velha serve de estacionamento um pouco à socapa. Quando for inaugurada há-de estar toda suja de óleos porque devido talvez à falta de policiamento à noite são dezenas e dezenas de carros aqui a estragar o pavimento.

P – O que é que os comerciantes têm a ganhar com este condomínio?

R- A ideia é fazer com que o condomínio seja como um prédio, onde todas as pessoas que lá vivem têm interesse na sua preservação e aqui é a mesma situação. Trata-se de dinamizar a Praça Velha e a zona histórica da Guarda. Nesta altura está um bocado alargado o âmbito deste condomínio, mas acho que deve ser encurtado para uma zona mais próxima da zona antiga. Actualmente foi definido para as eleições do condomínio a área de abrangência do URBCOM. Eu não tenho nada contra as lojas, mas as que estão além da zona junto à polícia e jardim nada têm a ver com a Praça Velha, nem com a zona velha da cidade.

P – Porque é que acha que só há um candidato?

R- Não sei. Já há vários anos que estou ligado ao associativismo e ao Centro Histórico. Quando se vem às reuniões aparecem sempre os mesmos e depois é sempre fácil criticar quando as pessoas não vão às reuniões. Quando foi da Comissão Instaladora, fui nomeado por uma comissão e entretanto saí por divergências com algumas pessoas e agora resolvi candidatar-me porque acho que alguém tem de fazer alguma coisa por esta zona. Se estivermos todos à espera que o Polis faça alguma coisa para promover isto, não vamos lá. Temos de ser nós. Acho que consegui arranjar uma equipa abrangente de pessoas dedicadas e que gostam desta zona. Vamos tentar, na medida do possível, porque não temos verbas próprias e dependemos da Associação Comercial, fazer tudo por tudo para dinamizar e tornar esta zona histórica novamente na zona de lazer da cidade da Guarda, com qualidade.

P – Qual a primeira medida a aplicar?

R- Vamos fazer uma reunião com todos os condóminos, vamos pedir uma reunião à Câmara e outra ao Polis para nos apresentarmos. Como já estamos na altura do Natal, já não dá para fazer nada, mas vamos tentar começar a pensar já em iniciativas para o próximo ano. Quando a Praça Velha estiver pronta, vamos tentar fazer alguma iniciativa que cative as pessoas a virem aqui à zona histórica.

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