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NDS em «dificuldades» por causa de dívida da Câmara da Guarda

Autarquia reconhece que estão em falta cerca de 62 mil euros, mas ressalva que todos os clubes têm «tratamento igual»

A Câmara da Guarda deve cerca de 62 mil euros ao Núcleo Desportivo e Social (NDS). A dívida está a criar «dificuldades» na gestão do clube da Guarda-Gare, que mantém a ambição de avançar com um relvado sintético no Campo do Carapito. A autarquia confirma a verba em falta e admite não ter condições para a liquidar de imediato.

Esta dívida foi um dos assuntos mais debatidos na última Assembleia-Geral da colectividade, realizada na noite de sexta-feira, onde as contas do ano transacto foram aprovadas por unanimidade. Contactado por O INTERIOR, Luís Aragão realçou que os 61.875 euros a haver do município são um montante «bastante elevado para um clube como o NDS», sendo mesmo «um problema com algum tempo». O presidente da direcção acrescentou que a autarquia liquidou cinco mil euros «há pouco tempo», mas «não foi assegurada uma regularidade nos pagamentos», lamentou. O dirigente recordou que o clube tem «muita despesa» com os transportes dos atletas, numa altura em que o combustível está «cada vez mais caro». Apelou, por isso, aos «bons préstimos da Câmara» para que seja assegurado o pagamento de, pelo menos, uma parte da verba em dívida. Dizendo ter «consciência das dificuldades financeiras» do município, Luís Aragão sublinhou ainda que, «sem esse dinheiro, será bastante difícil continuar com o nível de actividade do NDS».

Ainda assim, salientou que o clube vai tentar manter o actual número de atletas. Por outro lado, «como temos aspirações de avançar para o sintético, também era importante ter esse encaixe que tanta falta nos faz», recordou. Confrontado com as queixas de mais um clube credor, o vereador do Desporto na Câmara da Guarda confirmou o montante em causa e que a autarquia ainda tem verbas relativas ao segundo semestre de 2006 e a 2007 por liquidar. Vítor Santos realçou também que «o tratamento é igual para todas as colectividades do concelho e o NDS não foge à regra», clarificando que, tal como está a situação financeira da Câmara, «não pode, de maneira alguma, ter programas de tesouraria com associações, colectividades ou fornecedores». Assim, «só à medida das disponibilidades financeiras» é que a Câmara poderá «ir regularizando os valores em dívida para com todas as associações e colectividades do município». No entanto, o vereador acrescentou que, em «situações de urgência», tenta-se sempre desbloquear verbas para que os clubes consigam ultrapassá-las.

Ricardo Cordeiro

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