Arquivo

NDS com ordenados em atraso

Dívida da Câmara da Guarda e pagamentos em falta de diversos programas estão na origem do problema que afecta cerca de 20 trabalhadores

Os cerca de 20 funcionários do Núcleo Desportivo e Social (NDS) estão com uma média de dois meses de salários em atraso. O presidente da colectividade da Guarda-Gare diz que a situação foi provocada pela falta de verbas para o futebol e que seria solucionada se a Câmara da Guarda liquidasse os subsídios em atraso. Também o montante que está por receber de vários programas ajudaria a resolver a questão.

Luís Aragão confirma a O INTERIOR que, «infelizmente, os ordenados em atraso são uma realidade que aconteceram num momento conturbado por causa do futebol», mas que, actualmente, «as coisas estão equilibradas». «Há três, quatro meses que as pessoas estão a receber certinho», garante o dirigente, acrescentando que relativamente a Setembro «ainda só foi pago metade», mas que a colectividade conta liquidar o restante até ao final da semana. De acordo com o presidente do NDS, «há pessoas que têm dois meses de ordenado em atraso», isto em «termos médios» e englobando os subsídios de Natal e de férias, porque «há quem não tenha nada e quem possa ter mais um pouco». Esta situação deve-se à «falta de verbas para o futebol, embora também estejamos à espera de financiamentos do Programa de Escolhas 3ª Geração». De resto, assegura que caso a dívida da Câmara fosse toda paga, o NDS ficaria «“desafogado” em termos financeiros», adiantando que o valor em causa ronda os 75 mil euros.

Luís Aragão garante que o problema dos ordenados em atraso será resolvido «logo que o NDS consiga receber o proporcionalmente da autarquia e dos vários projectos, cujas verbas estavam destinadas e ainda não chegaram». No entanto, afirma desconhecer se a chegada do dinheiro estará «para breve». Devido às dificuldades, houve alterações numa das “bandeiras” da colectividade, o futebol de formação. É que a direcção optou por não inscrever os juniores porque «não tínhamos uma estrutura que fosse capaz de dar resposta às exigências, tanto em termos de pessoal, como de meios, equipamentos, campos e transportes». «Foi um passo atrás para, no futuro, podermos vir a dar dois à frente», considera, revelando que a Câmara da Guarda «assumiu o compromisso de assegurar o transporte da equipa de iniciados que está no Nacional». O número de equipas inscritas também foi reduzido, assim como o de atletas, que passou de cerca de 270 na época anterior para perto de 170 na actual.

«Tentámos fazer com que o futebol fosse auto-sustentado e que as mensalidades pagas pelos atletas sirvam para suportar as despesas com água, luz, transportes, inscrições, campos, etc», sustenta. Neste âmbito, houve ainda um «reajustamento» no pagamento das verbas, nomeadamente nos escalões mais velhos, cujo valor aumentou «um pouco», sendo que agora todos pagam o mesmo, numa mudança «muito importante» para o futuro da colectividade, já que a parte desportiva está «equilibrada» e «sustentada». O dirigente reconhece que o NDS fez «uma redução drástica porque a autarquia também mudou a forma de atribuição de subsídios para cerca de um terço do que recebíamos e aumentou para o dobro o custo de utilização dos equipamentos e dos transportes». No entanto, garante que o futuro do clube não está em causa: «O NDS é uma realidade, quer na comunidade onde se insere, como também a nível nacional no desporto amador ou federado e na intervenção social», reitera. Contactado por O INTERIOR, Vítor Santos, vereador do Desporto na Câmara da Guarda, não quis falar sobre o assunto por se encontrar de férias. Apesar das tentativas não foi também possível ouvir Joaquim Valente, presidente do município.

«Interessa a alguém começar a fazer confusão»

Assegurando que o clube continua a funcionar «muito bem» nas vertentes desportiva e da acção social, Luís Aragão recorda que as eleições para os corpos sociais do NDS estão a aproximar-se, pelo que «interessa a alguém começar a fazer confusão, tanto dentro como fora do clube». O presidente da direcção considera ser cedo para falar em recandidatura e frisa que a situação financeira do clube está «a compor-se depois de um período de alguma dificuldade, fruto do atraso nos pagamentos que estavam programados e que influenciaram o seu funcionamento».

Ricardo Cordeiro Luís Aragão assegura que a situação se deve à «falta de verbas para o futebol»

NDS com ordenados em atraso

Sobre o autor

Leave a Reply