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Nascimentos aumentaram na região em 2014

A taxa de mortalidade diminui nas Beiras e Serra da Estrela e mulheres têm mais filhos que em 2013

Contrariando a tendência nacional, em 2014 a Taxa de Natalidade (TN) das Beiras e Serra da Estrela subiu três pontos percentuais comparativamente a 2013, isto é, passou de 5,6 por cento para 5,9 permilagem. Embora seja uma evolução positiva, continua a ser, a par da Beira Baixa, a taxa mais baixa da região Centro, cuja média é de 6,8 permilagem. Já a nível nacional, em 2014 a TN foi de 7,9 permilagem, revelam os dados divulgados pelo INE.

Se olharmos para a Taxa de Mortalidade (TM) existe um cenário idêntico. Em 2014 a média foi de 14,5 permilagem, inferior a 2013, quando se registaram 15 permilagem. Os valores são superiores à TM média do Centro (11,7 permilagem) e nacional (10,1 permilagem). Atrás das Beiras e Serra da Estrela só a NUT III da Beira Baixa, com 16,5 permilagem. O mesmo documento divulga também o índice de fecundidade geral, que corresponde, ao número de nascimentos por cada 1.000 mulheres em idade fértil (entre os 15 e 49 anos de idade). No caso das Beiras e Serra da Estrela o índice situa-se em 30 permilagem (em 2013 era de 28,2 permilagem), sendo a média da região Centro de 31 permilagem e a nacional de 34,3 permilagem, um aumento de duas décimas em relação a 2013, que estava em 30,8 permilagem. Já o índice sintético de fecundidade (número médio de crianças nascidas por cada mulher em idade fértil) é de 1,12 filhos. Esta média é também a da região Centro. À frente das Beiras e Serra da Estrela só a NUT III do Oeste, com 1,19 filhos por mulher.

Por sua vez, o índice sintético de fecundidade nacional é de 1,23. Se compararmos a 2013, nas Beiras e Serra da Estrela as mulheres tinham menos filhos, 1,05, e na região Centro a média estava em 1,11 filhos. Ainda no documento sobre Indicadores Demográficos é referido a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho. Também neste caso a médica das Beiras e Serra da Estrela é igual à do Centro, 30,1 anos e por sua vez superior em uma décima à nacional, que está nos 30 anos. Ambas subiram quando compradas a 2013, estavam em 29,9 anos.

Contactado por O INTERIOR, o Coordenador do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da UBI lembra que «temos umas das TN mais baixas da Europa e no caso do interior é a taxa mais baixa do país», pelo que, embora não muito significativo é «positivo» o aumento registado. Para José Pires Manso, «já batemos no fundo e existe a necessidade de aumentar a TN», mas resta saber se os números respeitantes a 2014 se tratam de um aumento conjuntural «podendo não se verificar no ano seguinte», ou se pelo contrário é estrutural «com uma inversão da tendência».

Apesar do investigador preferir a segunda opção, sabe que é difícil por «temos uma população muito envelhecida, com poucos jovens. Existe um saldo negativo», pelo que também é natural haver uma taxa de mortalidade mais elevada. Assim, o aumento da natalidade é «urgente», para Pires Manso, mas o investigador teme que em Portugal não haja população suficiente para que se possa repor um saldo positivo nos próximos anos e lembrou um estudo que revela que, «em 2050, Portugal terá apenas 6 ou 7 milhões de habitantes. Nem a possibilidade da chegada de emigrantes o faz antever um cenário mais positivo, pois «não existe emprego em Portugal e muito dificilmente haverá pessoas a fixarem-se».

Ana Eugénia Inácio Na região as mulheres têm em média 1,12 filhos, a mesma da região Centro, segundo os últimos dados do INE

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