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Nascimento recusa convite para liderar escolha do cemitério

Vereador socialista considera o convite de Carlos Pinto um «presente envenenado»

Miguel Nascimento, vereador socialista na Câmara da Covilhã, recusou o convite de Carlos Pinto para presidir à comissão de análise do local do futuro cemitério da cidade. O desafio tinha sido lançado no início de Outubro após a autarquia ter suspenso o processo até 2005 e depois do vereador ter criticado a forma como a maioria social-democrata escolheu um terreno na Corredoura, junto à Adega Cooperativa da Covilhã. A falta de diálogo com os moradores daquele local e a pouca transparência da consulta pública foram algumas das críticas apontadas na altura por Nascimento.

Depois de ter «reflectido muito» com a concelhia, o vereador do PS decidiu rejeitar o «presente envenenado» de Carlos Pinto. «Não tenho condições objectivas para liderar essa questão, visto que há, desde o início do mandato, um vereador com essa pasta e na comissão o meu nome nunca foi incluído na comissão», justifica. Para além disso, defende que o executivo deve assumir «os louros e os erros» das decisões e «não atirar para o vereador do PS» assim que a situação atinge um «ponto de ruptura». É que Nascimento continua «sem perceber» como é que, «depois de tanto frenesim e urgência» no novo cemitério, a Câmara abandonou o processo por não existir consenso sobre o local escolhido pela comissão, mas também por se poder utilizar o actual espaço, junto à Capela do Calvário, por mais 12 ou 15 anos graças à sua expansão para um terreno adjacente e à reutilização de cerca 141 campas do final do século XIX.

A juntar a estes argumentos, Miguel Nascimento tem ainda consciência que o seu trabalho seria dificultado se assumisse a presidência da comissão eleita pela Câmara para analisar os terrenos para o futuro cemitério. E recorda que as suas propostas foram «todas rejeitadas» pela maioria PSD, acrescentando que da referida comissão fazem parte os vereadores Joaquim Matias [que tem o pelouro do cemitério] e João Esgalhado.

«Quando se dá a possibilidade das pessoas terem responsabilidades, esquivam-se», critica Carlos Pinto, relegando para Joaquim Matias a presidência da comissão que em 2005 terá que adiantar propostas para implantar o cemitério. A equipa é ainda composta pelo arquitecto Laia Rodrigues e o padre Geraldes, entre outros.

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