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«Não sendo forte, é a força empresarial da região que temos»

Apesar das adversidades, o IAPMEI acredita que há condições na Guarda para construir um tecido empresarial sólido

Nos últimos três anos não têm sido criadas novas empresas na região. Mas o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) garante que a vida empresarial da Guarda «não se enquadra num cenário pior do que o resto do país». O número de falências no distrito, quando comparado com toda a actividade económica, «mostra-se inferior à média nacional», segundo a responsável pelo gabinete de imprensa, Ana de Carvalho.

O número total de sociedades constituídas em 2003, depende de informação estatística do Ministério da Justiça, ainda não disponível, estimando-se que a evolução seja semelhante à das constituídas nos Centros de Formalidades de Empresas (CEF). Tendo em conta a informação disponibilizada pelo CEF, a evolução na constituição de sociedades no distrito da Guarda apresenta um significativo decréscimo. Desta forma, em 2001, constituíram-se cerca de 158 novas sociedades, no ano seguinte, 116, e em 2003, somente 83 empresas. A instalação de novas sociedades e sobretudo o desenvolvimento da diversificação da actividade económica estará sempre relacionada com a força empresarial da região, «que, não sendo forte em termos quantitativos, é a que temos», assegura Ana de Carvalho. Para o IAPMEI, a atractividade da região associado ao papel das entidades locais condicionam a maior ou menor revitalização do tecido empresarial. Nesse sentido, consideram que o projecto da Plataforma Logística «poderá ter um papel crucial como âncora no desenvolvimento da região», posicionando-se simultaneamente como um projecto de cariz regional ou mesmo nacional.

Por outro lado «devemos convergir na utilização de equipamentos que podem proporcionar sinergias na utilização de recursos», dando como exemplo a criação do Parkurbis na Covilhã ou a utilização do centro de apoio à criação de empresas CACE, sediado em Seia. No entanto, estão actualmente disponíveis «instrumentos de apoio», destaca a responsável, designadamente no âmbito do Programa de Incentivos à Modernização da Economia (PRIME), que discriminam «positivamente», através de majorações de carácter regional, os concelhos do distrito da Guarda. Deste modo constitui-se mais um factor atractivo para novos projectos ou para a expansão das empresas existentes. O IAPMEI considera então que «há factores na região que podem construir um tecido empresarial sólido e adaptado em termos de especialização de actividades» à região, nomeadamente o agro-alimentar, o turismo sazonal, sub-sectores do têxtil e as rochas ornamentais, para além da logística. E acrescenta um conselho: «Hoje em dia as empresas deverão estar viradas para um adequado conhecimento e acompanhamento dinâmico das necessidades do mercado», refere Ana de Carvalho. De resto, o Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD), criado pelo actual Governo, contém reflexões e recomendações que «vão permitir uma evolução mais favorável do sector empresarial da região», acredita aquela responsável.

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