Começa no sábado a época de incêndios em Portugal, com a activação da “fase Bravo” que, no distrito da Guarda, se traduz na prontidão de 80 homens, apoiados por 16 viaturas e um helicóptero estacionado na cidade. O Dispositivo Especial de Combates a Incêndios Florestais do Distrito foi apresentado na segunda-feira, em Celorico da Beira, e terá 569 elementos em permanência no pico do Verão, reforçados por mais operacionais sempre que a situação o justificar.
O Governador Civil chamou-lhe «um verdadeiro exército», mas fez questão de apelar à cooperação entre os diversos agentes da protecção civil envolvidos. É que o Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) vai coordenar elementos das 23 corporações de voluntários, da Força Especial de Bombeiros, sapadores florestais, associações de produtores, vigilantes da Natureza e brigadas especializadas da GNR, entre outros. Este ano, António Fonseca, comandante operacional distrital, revelou que tem «prioridade máxima» o ataque inicial aos fogos, mas também as operações de rescaldo para evitar reacendimentos. O oficial revelou que a região volta a ter três helicópteros de combate, estacionados na Guarda, Mêda e Seia, e que os meios humanos vão aumentar à medida que avança a época de incêndios, culminando na “fase Charlie” (de 1 de Julho a 30 de Setembro) com um total de 569 homens e 110 veículos.
«Estas equipas serão reforçadas pontualmente consoante as necessidades», acrescentou, destacando a «abnegação e competência» dos bombeiros voluntários e demais elementos elementos envolvidos nesta luta. Quem não duvida da eficácia deste sistema é Santinho Pacheco. De resto, o Governador Civil garantiu que «pode faltar dinheiro para tudo, mas para os bombeiros e restantes forças deste plano não podemos olhar a poupanças, nem em tempos de crise», disse, citando o ministro da Administração Interna. Santinho Pacheco insistiu que os fogos florestais devem ser encarados como «um problema 365 dias por ano» e recordou que «apenas um por cento» das 1.400 ocorrências registadas no ano passado no distrito tiveram causas naturais. «Por isso, o homem deve ser o alvo principal de qualquer campanha de prevenção», considerou, defendendo também que se actue no uso e posse de terrenos agrícolas.
«É uma prioridade, pois se houver uma ocupação eficaz do território muito do trabalho dos bombeiros não seria necessário», declarou, garantindo que a aposta numa política de desenvolvimento rural do distrito é «uma campanha eficaz contra os fogos». O Governador alertou ainda para um Verão de «dificuldades» devido a um Inverno e Primavera «extremamente chuvosos», pelo que apelou às populações para serem solidárias com os bombeiros. «Não se combatem incêndios com funcionários públicos», disse Santinho Pacheco.
Luis Martins