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“Não percebi a sua pergunta!”

Foi assim que o Primeiro Ministro demissionário respondeu à jornalista sobre a responsabilização judicial relativa a eventuais atos ilícitos a que está associado.

José Sócrates sai de cena: Deixa um país falido e o interior sem projeto.

É a derrota da despesa inconsequente. Fizemos estradas, rotundas, piscinas e multiusos sem pensar na forma de os pagar.

Mas esta crise que estamos a viver em Portugal, o único país que não crescerá em 2012, não é financeira. É uma crise de ética.

O favor e o jeitinho passaram a ocupar o lugar do rigor e da legalidade.

E quando assim acontece, o desemprego e a miséria batem à porta.

A responsabilidade da atual situação económica não se esgota no Engº José Sócrates. Todos somos co-responsáveis pelo crescente desbaratamento dos recursos públicos.

Acreditámos que o dinheiro do Estado não teria fim, e com isso, duplicámos a dívida pública nos últimos 6 anos.

Hoje sabemos que o Estado vai despedir funcionários para poder pagar as PPP’s de tudo e mais alguma coisa que contratou nos últimos anos.

Também sabemos que acabou o ciclo da indústria da mão de obra intensiva. Temos na Rohde e na Delphi os exemplos mais recentes.

Acreditámos no milagre do Turismo. Investimos o que não tínhamos e perdemos.

Em territórios de “turismo de autenticidade”, como é o caso da nossa região, o turismo não excede por regra os 20% da atividade económica. Faltam-nos os outros 80%.

Precisamos de empresas e não temos tempo a perder.

Cada um de nós deve avaliar a capacidade de criar uma empresa. Não temos dinheiro para investir nem precisamos.

Temos o conhecimento, o saber fazer.

Sozinhos ou em grupo, teremos de encontrar produtos ou serviços que tenham procura fora da nossa região.

Fingir que não compreendemos o atual momento económico é agravar a crise que sabemos por certa.

Por: Frederico Lucas

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