Nuno Rodrigues circulava a uma média de 151 quilómetros por hora quando foi surpreendido na A25, perto de Fornos de Algodres, por elementos do Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda. O condutor foi um dos infractores interceptados no distrito, no âmbito da Operação Ano Novo.
«Ia com pressa, porque tinha hora marcada para estar no Porto, mas não é normal andar depressa. Foi a primeira vez que fui apanhado em excesso de velocidade», confessou o condutor, que admitiu: «É óbvio que, quando nos calha a nós, é sempre desagradável, mas acho bem este tipo de acções, tendo em conta a sinistralidade e vou ter mais cuidado daqui para a frente». A infracção foi presenciada pela comunicação social, numa acção de sensibilização da GNR, que mostrou o seu dia-a-dia na estrada aos jornalistas da região na passada quinta-feira. No caso deste condutor, como em todos os outros, a infracção foi detectada através de um carro descaracterizado e equipado com o chamado sistema “Provida”, que inclui uma câmara, um radar e um ecrã, onde a velocidade e a acção dos condutores são descriminadas.
O cinemómetro permite calcular a velocidade média do automóvel durante 80 metros percorridos, previamente definidos pelo operador de radar. A infracção é gravada e posteriormente mostrada ao infractor. Ali ficam registados a velocidade, manobras perigosas e tudo o que coloque em perigo a circulação rodoviária. «Tentamos ser “politicamente correctos” em relação às contra-ordenações leves, fazer cessar a infracção já nos deixa muito satisfeitos. Agora, acima disso não podemos ser condescendentes», adianta Cláudio Saraiva, comandante do Destacamento de Trânsito da Guarda. Além deste tipo de automóveis, a GNR actua com outras viaturas descaracterizadas, cujas funções são detectar manobras perigosas, regular a circulação e aconselhar os condutores, com a ajuda de um painel de mensagem variável na traseira.
Este veículo tem um teor mais pedagógico: «Se as viaturas que nós advertirmos cumprirem, vamos daqui descansados. Se não cumprirem, temos que passar para outro nível, que nem é do nosso interesse nem das pessoas», defende Cláudio Saraiva. Quanto aos locais onde, habitualmente, são colocados radares estáticos – e porque são zonas de grande sinistralidade -, o comandante explica que «até é bom que os condutores saibam que lá estão, porque o objectivo não é só controlar o excesso de velocidade por uma questão de autuação, mas garantir que as pessoas passam lá devagar», assegura.
Na tarde de quinta-feira, das 14 às 18 horas, estiveram no terreno oito patrulhas, distribuídas pela A23 e A25. No total, o Destacamento de Trânsito da Guarda tem 73 militares e actua em todo o distrito, estendendo a sua acção até Caria (Belmonte). De resto, tanto a A23 como a A25 contam com duas patrulhas em permanência para fazer face a ocorrências pontuais. «Não é por falta de meios que deixamos de cumprir a nossa missão», sublinha o comandante.
Operação Ano Novo com balanço «bastante positivo»
Dezassete acidentes e oito feridos ligeiros é o balanço da Operação Ano Novo da GNR da Guarda, realizada entre as 0 horas de quinta-feira e as 24 horas de domingo. Sem qualquer morto ou ferido grave registado, o saldo global acaba por ser mais positivo relativamente ao ano passado, quando se registaram 30 acidentes, dos quais resultaram um ferido grave e seis ligeiros.
Dos 3.682 veículos controlados, 43 foram interceptados em excesso de velocidade. Foram também efectuados 1.648 testes de alcoolemia, tendo-se registado nove condutores com excesso de álcool no sangue. Para Cláudio Saraiva, «o balanço é bastante positivo, visto que não temos vítimas a lamentar, registámos apenas oito feridos ligeiros e não temos qualquer ferido grave nem vítima mortal». O comandante destaca ainda uma redução de «quase 50 por cento» do número de acidentes. A satisfação é extensiva ao controlo de velocidade e à condução sob o efeito do álcool: «Houve um elevado controlo por parte das pessoas, visto que foram muitos veículos fiscalizados e muitos condutores testados, e registámos poucos excessos», constata. Durante os quatro dias de operação estiveram envolvidos 153 militares, que patrulharam todo o distrito. Houve ainda 112 autos de contra-ordenação e três detenções, uma por excesso de álcool e duas por falta de carta de condução.
Rafael Mangana