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«Não é por causa de maus investimentos na Guarda que Portugal está como está»

Álvaro Amaro considera que cabe ao Estado dar o exemplo no combate à crise orçamental e até podia começar pela extinção dos Governadores Civis

«Era uma boa altura para acabar com os Governadores Civis, isso era um bom exemplo de contenção da despesa em tempos de crise porque são totalmente desnecessários». A sugestão é de Álvaro Amaro, para quem «é o Estado que tem que dar o exemplo» no combate à crise orçamental.

O presidente da distrital do PSD falava à margem de uma conferência de imprensa, realizada na segunda-feira, para falar do próximo Orçamento e da falta de alternativas ao fecho da Delphi na cidade. O líder social-democrata lembrou que há um ano «o país não ouviu os alertas» de Manuela Ferreira Leite durante a campanha para as legislativas e está agora a braços com o desequilíbrio das contas públicas. «O PS e José Sócrates esconderam a verdadeira situação económica e agora só têm duas medidas: ir aos bolsos das pessoas e aos cofres das empresas», criticou. Para Álvaro Amaro, «não é por causa de maus investimentos na Guarda que Portugal está como está». Pede, por isso, que o próximo Orçamento de Estado tenha «algum sentido de equilíbrio do desenvolvimento do país», afirmando que «ninguém, nesta época de crise, pode aceitar a insistência do Governo na terceira ponte sobre o Tejo e no TGV, deixando para trás o interior em geral e a Guarda, em particular».

Relativamente à Delphi, que fecha portas no final do ano deixando no desemprego mais 321 pessoas, o dirigente social-democrata lamentou que o Ministério da Economia ainda não tenha apresentado alternativas e recordou que a distrital propôs a aquisição das instalações da fábrica para ali instalar um centro tecnológico. «Da tutela só ouvimos falar em reuniões, não de soluções», disse, exigindo «a solidariedade» do Governo para com a Guarda. «A situação de abandono a que somos votados torna-se insuportável e intolerável», sublinhou Álvaro Amaro. Por sua vez, António Edmundo, vice-presidente da distrital, considerou que a introdução de portagens e o aumento do IVA são «machadadas de discriminação negativa» para esta região, cujas autarquias podem perder 15 milhões de euros em transferências do Estado em 2011, calcula. Para Júlio Sarmento, presidente da Assembleia Distrital, os portugueses «não podem ter como perspectiva de vida apenas sacrifícios. Isso é que o drama da nossa situação, não é um problema conjuntural», afirmou.

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