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«Não devemos minimizar quem triunfa»

Governo Civil entregou primeiras Medalhas de Mérito Distrital a João Raimundo, João Gomes e ao Liceu da Guarda

«Temos de cultivar mais a admiração, em vez do despeito, e não minimizar quem triunfa». O apelo é de Santinho Pacheco, que na semana passada assumiu «as consequências de decisões incómodas» na atribuição das primeiras Medalhas de Mérito Distrital.

Após auscultar personalidades e instituições com relevância no distrito, o Governo Civil da Guarda distinguiu João Raimundo (ex-presidente do IPG), João Gomes (a título póstumo) e o Liceu Nacional da Guarda (atual escola secundária Afonso de Albuquerque) por terem contribuído «pelos seus atos ou serviços excecionais para o engrandecimento do nosso distrito». Na cerimónia, Santinho Pacheco lamentou a polémica [em relação a João Raimundo] e disse que a Guarda está «ávida de paz e concórdia», considerando que atualmente persiste «demasiado cinismo e hipocrisia no relacionamento entre pessoas com responsabilidades na vida da cidade». Na sua opinião, os medalhados têm uma marca comum em termos «de valores e de obra», tendo elogiado cada um.

Ciente da contestação gerada pela escolha do ex-presidente do Politécnico, o Governador Civil não se poupou em louvores. «João Raimundo teve uma visão estratégica impressionante: projetou, planeou e fez o IPG, a obra mais relevante do pós-25 de abril na Guarda», sublinhou. Chamado a fazer o elogio do antigo responsável do IPG, o ex-ministro da Educação Roberto Carneiro considerou que a obra do Instituto foi «um projeto de paixão e de amor» e concluiu que «nem todos os perseguidos são pessoas más». Já o próprio declarou que, na altura, assumiu «uma responsabilidade que não ambicionava» e recordou que com ele o Politécnico passou de «um andar com três assoalhadas para um campus com base sólidas» no espaço de nove anos.

Nesta sessão falaram ainda António José Dias de Almeida (a propósito de João Gomes) e António Manuel Paiva (Liceu), enquanto o ministro da Administração Interna aproveitou uma referência de Santinho Pacheco sobre o eventual fim dos Governos Civis para recordar que a Constituição impõe a sua existência até haver regionalização. «Mas mesmo nessa altura, é necessário que haja representantes do Governo para fazer a articulação entre o poder central e regional. Além disso, os Governos Civis têm tido um papel determinante em termos de segurança rodoviária e de proteção civil», disse Rui Pereira.

Luis Martins Santinho Pacheco disse que já basta de «rebuscar ódios larvares nas gavetas»

«Não devemos minimizar quem triunfa»

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