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«Nada está perdido» no projecto do Guarda Mall

Vereadores do PSD na Câmara da Guarda acusam executivo de ter feito «zero» na área do mercado municipal

O presidente da Câmara da Guarda continua convicto da viabilidade do projecto do centro comercial Guarda Shopping Center, antes designado de Guarda Mall, previsto para a zona do mercado municipal e da central de camionagem. O assunto foi colocado pelos vereadores do PSD durante a reunião do executivo, na última terça-feira, em que acusaram a maioria socialista de nada ter feito naquela área neste mandato.

No final da sessão em que não participaram Lurdes Saavedra e José Gomes, Ana Manso considerou que a maioria tem que «prestar contas» nesta matéria», já que «desde a primeira hora que o mercado municipal foi chamado às reuniões de Câmara porque sentimos as dificuldades e os sacrifícios que vendedores e clientes sentem no seu dia-adia». A vereadora considera mesmo que aquele equipamento «não tem condições nenhumas» e que «o executivo socialista andou estes quatro anos a enganar as pessoas» com o projecto do Guarda Mall. «O facto é que passados estes quatros anos as pessoas têm nada, zero», constata, sublinhando que «nem tiveram o “óptimo” que seria um novo centro comercial», nem «qualquer manutenção e conservação do espaço». Assim, «vemos as instalações degradadas, vidros partidos, sem qualquer dignidade. As pessoas que lá trabalham não se sentem bem e as que lá vão também se sentem tristes com um património da cidade que é mal tratado».

Também o campo da feira mereceu o reparo da oposição, com Ana Manso a defender que, em ambos os casos, «não houve disponibilidade» por parte do executivo de, «pelo menos, fazer o mínimo dos mínimos, que era dar dignidade aos dois espaços». Na sua opinião, são por isso «dois casos típicos» em que o executivo é «surdo, comodista, não faz o trabalho de casa e levanta, permanentemente, um muro de dificuldades» às sugestões dos vereadores do PSD. Na resposta, o presidente do município revelou que esta semana vai ter «uma reunião importante» com a empresa promotora, a TCN, que «tem que ter as disponibilidades financeiras para o investimento», sublinhou. Joaquim Valente salientou, por outro lado, que «os capitais que havia disponíveis eram irlandeses e holandeses» e que estes países «também não passaram ao lado de alguma recessão».

O autarca acrescentou que o dossier vai ser retomado, recordando que o terreno «é da Câmara» e, actualmente, «vale muito mais do que valia», uma vez que tem «outra capacidade de construção e de valorização». Por isso, «temos as maiores e as melhores expectativas de sucesso neste investimento», afirmou, dizendo esperar trazer dessa reunião a «certeza da definição de um cronograma de acções, cujo início é a valorização de um espaço para onde os comerciantes têm de ir. Em segundo, o arranque dos trabalhos no terreno». Escusando-se a dizer até quando a Câmara está disposta a esperar pela concretização do projecto, Joaquim Valente admitiu que já contava ver os trabalhos numa «fase adiantada» nesta altura: «O objectivo do cronograma que nos foi apresentado pelos promotores assim o indicava. Mas paciência, nada está perdido», sustenta.

Sobre a mudança dos comerciantes para o antigo matadouro enquanto as obras estiverem a decorrer, o autarca assegura que «nenhum lojista do mercado sairá sem ter as condições necessárias para continuar a desenvolver a sua actividade». Joaquim Valente confirmou ainda que as novas instalações da PSP deverão vir a ser construídas nos terrenos do actual quartel da GNR quando esta se mudar para junto ao parque industrial.

Ricardo Cordeiro Joaquim Valente garante que «nenhum lojista sairá sem ter as condições necessárias para continuar a sua actividade

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