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Na rota dos chocalhos

Alpedrinha vai ser o centro nevrálgico do Festival dos Caminhos da Transumância, com mais de 50 lojas alusivas ao tema

O Festival dos Caminhos da Transumância “Chocalhos 2005” regressa ao Fundão entre 16 e 18 de Setembro, numa organização da autarquia em parceria com a Junta de Freguesia de Alpedrinha, “Gardunha Viva” e “Ocaia – Associação de Artes e Saberes Tradicionais”. Trata-se de um evento cultural que pretende revivificar um património colectivo graças a um alargado conjunto de iniciativas que cruzam a música com a poesia, os produtos locais e as paisagens. Como refere Paulo Fernandes, vereador da Cultura na autarquia fundanense, «mais do que um passado, a memória da transumância é um movimento para o futuro», daí a vontade de afirmar o “Chocalhos” como um «evento de promoção dos produtos locais».

A edição deste ano regressa à Serra da Gardunha no dia 16, com um acampamento para os jovens na Quinta do Anjo da Guarda. A Feira do “Chocalhos 2005” abre oficialmente pouco depois com a actuação do Grupo de Bombos de Alpedrinha e acordeonistas. Alpedrinha será o centro nevrálgico da festa, acolhendo artesãos locais, produtos genuínos e muita animação ao som dos chocalhos, bombos, pífaros, gaitas de foles e acordeões. No centro histórico estarão presentes mais de 50 lojas de produtos regionais, objectos e actividades ligadas à transumância. Um número que «bate todos os recordes», confessa Paulo Fernandes, para quem se trata de um evento «cada vez mais gigante», tendo em conta o número de participantes, actividades e de reservas que esgotaram os hotéis «há vários meses». Por tudo isto, o vereador afirma que se trata de uma edição «mais forte» do que as anteriores, com mais animação e outro tipo de expressões musicais. Ainda no primeiro dia sobe ao palco o Rancho Folclórico e Etnográfico de Cernache do Bonjardim, seguido dos Cantares ao Desafio e dos concertos de música barroca (na Capela do Leão), jazz e fados (no Canto do Sr. Maia).

Já no dia 17, o festival começa logo pela manhã com o passeio pedestre “O solitário caminho dos pastores”, integrado no acampamento, com visita a queijaria. Esta é outra das novidades, a integração do queijo que «tem tudo a ver com esta festa da transumância», defende Paulo Fernandes. Seguem-se as “Conversas Transumantes”, moderadas por Maria João Centeno, na Capela do Leão, com a participação de Marcos Cavaleiro (músico e compositor) e Manuel Poças das Neves (gastrónomo). Trata-se de um músico que estudou a sonoridade das campainhas tradicionais de Maçaínhas e um gastrónomo que conhece bem os queijos produzidos na Beira e que também ali lançará o livro “Fundão, terra de bom queijo”. Para as 18h30 está marcada uma arruada e alguns concertos com vários grupos de música tradicional da região, que passarão pelos três palcos da festa. O último dia continua com o habitual percurso pedestre, desta vez entre o Fundão, Alcongosta e Alpedrinha, pela calçada romana da antiga rota da transumância, com a participação de um rebanho, pastores e músicos. Às 16 horas segue um desfile com o Rancho Folclórico e o Grupo de Bombos de Alpedrinha e acordeonistas, antes da actuação do Grupo de Bombos do Sagrado Coração de Maria, do Ferro. O “Chocalhos 2005” termina à noite com um concerto de acordeão e violino na Igreja Matriz.

Rita Lopes

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