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Mutualista Covilhanense tem novo presidente

Carlos Casteleiro venceu eleições com o apoio de 464 sócios, enquanto que Ramiro Reis obteve apenas 73 votos

Carlos Casteleiro venceu no último sábado as eleições para a Associação de Socorros Mútuos “Mutualista Covilhanense”, vencendo assim Ramiro Reis, o presidente cessante daquela associação. Depois de um acto eleitoral que se prolongou por mais duas horas após o “timing” previsto para o fecho das urnas – face à grande adesão de sócios para apenas uma mesa de voto – os resultados não deixaram margens para dúvidas quanto à vitória esmagadora de Carlos Casteleiro. Dos 556 sócios que votaram, 464 apoiaram a lista A, enquanto que apenas 73 votaram em Ramiro Reis. Os restantes 19 votos foram brancos ou nulos.

«Era um resultado que já estávamos à espera», reconheceu Ramiro Reis, pois a lista adversária era «apoiada por toda a gente que tinha interesses nesta casa» desde chefias a trabalhadores. O presidente cessante referia-se concretamente ao médico Ângelo Ribeiro e a alguns trabalhadores que foram despedidos pela sua direcção por esta não pactuar com «privilégios», explica. Além disso, «tudo leva a crer» que estas eleições foram também partidarizadas, disse, insinuando ter havido «apoios do PS e do PCP» à lista de Carlos Casteleiro, acusou Ramiro Reis.

As críticas foram mútuas, pois Carlos Casteleiro também acusou o seu opositor de ter partidarizado a eleição ao referir no seu comunicado o apoio de Carlos Pinto. «Foi abusivo. Estou convicto que Carlos Pinto quer que esta associação seja bem gerida e que os seus utentes sejam bem tratados», aponta. «O presidente da Câmara apenas aparecia com destaque porque tem dado apoio a esta casa», justificou, por sua vez, Ramiro Reis. Apesar dos resultados, Ramiro Reis sai de «consciência tranquila» por terem conseguido melhorar a situação da associação. «Entrámos com um passivo enorme e em condições difíceis de gerir esta casa, o que nos levou a ponderar a entrega das chaves à Segurança Social. Se não fosse o aumento do apoio de 8 para 40 camas, esta casa teria fechado as portas há três anos», revela. Por isso, resta-lhe apenas desejar que a nova direcção faça um «bom trabalho» para levar a Mutualista a “bom porto”, num futuro que não se avizinha nada fácil por causa do enorme passivo.

Pelo menos é essa a promessa de Carlos Casteleiro, que vai iniciar em breve uma auditoria a «todos os serviços da direcção» para «esclarecer algumas dúvidas». «Acreditamos que todos são sérios e honestos e queremos a confirmação disso mesmo», justificou. De resto, prometeu ainda «reintegrar todos as pessoas que foram despedidas» pois o seu lema será acima de tudo «prestar um bom serviço a todos os utentes e respeitar escrupulosamente todos os funcionários» para que não haja mais «trabalhadores subjugados e sem direito a falar» como constatou durante a campanha eleitoral. De resto, a nova direcção – que foi empossada ontem – já se encontra também a desenvolver contactos para resolver a situação do passivo e da conta congelada numa instituição bancária.

Liliana Correia

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