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Museu do Côa inaugurado amanhã

Ministra da Cultura participa na cerimónia agendada para as 11h30 em Vila Nova de Foz Côa

Finalmente, após terem sido apontadas algumas datas previsíveis para a sua abertura, o Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa vai ser inaugurado amanhã de manhã. A cerimónia está agendada para as 11h30 e conta com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

Naturalmente satisfeito com a inauguração de uma das obras mais ansiadas e desejadas na última década no distrito e que representa um investimento de 18 milhões de euros, o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa sublinha que a abertura do museu «só peca por tardia», uma vez que já se passaram 15 anos desde que as gravuras foram descobertas. Contudo, Gustavo Duarte salienta que «mais vale tarde do que nunca», explicando que apesar das obras estarem concluídas há algum tempo, mas «há sempre pormenores a acertar» pelo que a data tenha sido protelada. O autarca lembra que a abertura chegou a estar prevista para o passado mês de Maio, por altura do feriado municipal, mas «questões relacionadas com o modelo de gestão a definir» provocaram o seu adiamento. Depois de várias hipóteses terem sido levantadas, «em princípio a gestão será feita por uma empresa Sociedade Anónima (SA), na qual a Câmara também terá uma participação», adianta.

Gustavo Duarte reconhece que esta é uma «obra muito importante para trazer mais turistas ao concelho e à região», funcionando como «uma âncora de inestimável valor para o nosso desenvolvimento» que poderá gerar outras mais-valias como, por exemplo, «melhores acessibilidades». Com um custo inicial da ordem dos 18 milhões de euros (equipamentos incluídos), aquele que será o segundo maior museu (em área) de Portugal a seguir ao de Arte Antiga, em Lisboa, constitui-se como um local de descodificação da arte paleolítica, sendo que grande parte do seu conteúdo estará no exterior, como o território e a arte rupestre do Vale do Côa. O concurso público internacional para a criação de um museu que poderá ser importante para o incremento do turismo na região duriense foi lançado em Novembro de 2003, mas desde 1996 que existia a intenção de o construir, ano da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), uma área considerada Património da Humanidade a preservar dois anos depois pela UNESCO.

Em 1998, o Estado português assumiu o compromisso de desenvolver a conservação da arte rupestre e promover a construção de um museu, de modo a proporcionar a um público alargado a informação adequada, inseri-lo nos circuitos do turismo e promover o desenvolvimento económico e social da região. No final de 2001, o Ministério da Cultura escolheu o projecto em cascata de Maia Pinto, antigo director do PAVC, para o sítio da Canada do Inferno, local onde deveria ter sido construída a barragem da EDP. O Governo PS caiu em Março de 2002 e arrastou consigo o primeiro Museu do Côa, que a coligação PSD-PP, entretanto eleita, mudou para uma encosta sobranceira à confluência dos rios Côa e Douro, na zona Norte do parque. Uma nova localização, no Vale de José Esteves, que implicou um projecto mais pequeno, custos mais reduzidos, mas centralidade em relação a vários núcleos de gravuras.

O vencedor do concurso público internacional foi conhecido em Maio de 2004, mas só mais de dois anos depois é que foi lançado o concurso para a construção. As obras arrancaram no início de 2007. Agora, o Museu vai abrir as portas 15 anos depois da polémica que suspendeu a construção da barragem devido aos protestos de ambientalistas e de especialistas em arte rupestre.

Ricardo Cordeiro Investimento de 18 milhões abre as portas 15 anos após a suspensão da barragem

Museu do Côa inaugurado amanhã

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