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Museu da Guarda tem nova diretora a partir de sábado

Aida Rechena vai acumular funções com direção do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco

Depois de 26 anos na direção do Museu da Guarda, Dulce Helena Borges abandona o cargo este sábado. A nova diretora vai ser Aida Rechena, nomeada em regime de substituição até ao final do ano, acumulando as novas funções com a direção do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, que já está a seu cargo desde 2005.

A diretora regional de Cultura do Centro explicou a O INTERIOR que esta alteração surge no âmbito de uma reorganização em que seis museus da região Centro até agora dependentes do Instituto Português dos Museus e da Conservação (IMC) passaram para a tutela da Direção Regional de Cultura (DRCC). Foram criadas cinco unidades orgânicas «flexíveis», uma delas constituída pelos Museus da Guarda e de Castelo Branco, sendo que os seus diretores foram nomeados «em regime de substituição e, até ao final do ano, abrir-se-ão os concursos para os cargos de direção», adiantou Celeste Amaro. A responsável indicou ainda que as mudanças resultam da «diminuição de lugares na administração pública, principalmente das chefias» imposta pela crise, passando a haver um chefe de divisão para dois museus.

A diretora regional de Cultura salienta que Dulce Helena Borges já tinha solicitado a substituição e que a ainda diretora é técnica superior do Museu guardense, pelo que continuará no quadro de funcionários da instituição. Por outro lado, os dois museus da Beira Interior «têm que levar uma volta muito grande porque as receitas que geram são muito baixas relativamente às despesas». Nesse sentido, Celeste Amaro vaticina que a nova diretora terá pela frente um «trabalho muito árduo para a valorização» dos dois museus.

De resto, a diretora regional não esconde que o seu fecho chegou a ser equacionado: «Como o prejuízo de ambos é tão grande, houve alturas em que esteve em cima da mesa a questão de serem encerrados ao público e das duas, uma, ou se conseguia resolver a questão dos museus e ter um diretor para os dois ou então as pessoas que lá trabalham poderiam ter que ir para o quadro de mobilidade», realçou.

Para evitar este cenário, Celeste Amaro intercedeu junto do secretário de estado da Cultura com o argumento de que «talvez houvesse na região Centro gente capaz de pôr os dois museus a funcionar de outra maneira e, se calhar, a terem uma receita para que fossem um bocadinho auto-suficientes e é o “meu pescoço que está em cima do cepo” para daqui a um ano podermos fazer uma avaliação», disse. Assim, espera-se da nova diretora que imprima uma «nova dinâmica» aos dois museus e, a partir de 1 de janeiro, será implementado um novo projeto «em termos de criação de públicos, de fruição do próprio museu, de querer mostrar na Guarda possivelmente coisas de Castelo Branco e vice-versa, de querer levar ao Museu da Guarda coleções do resto do país que nunca lá foram e de querer chamar a atenção até aos guardenses que têm um ótimo museu para visitar». Celeste Amaro acrescenta que os autarcas da Guarda e Castelo Branco já tinham conhecimento destas mudanças nos museus há «algum tempo», salientando que os municípios são «fundamentais neste processo, pois queremos envolver muito os museus com o público porque são as pessoas que fazem os museus bons ou maus».

Contactadas por O INTERIOR, tanto Aida Rechena, como Dulce Helena Borges, remeteram declarações para Celeste Amaro. No entanto, numa nota enviada às redações na semana passada, a ainda diretora do Museu da Guarda – cuja comissão de serviço terminou a 30 de abril – explicou que, no passado 19 de janeiro, tinha comunicado à então direção do IMC a sua «total indisponibilidade» para continuar no cargo.

Ricardo Cordeiro Aida Rechena terá pela frente um «trabalho muito árduo para a valorização» dos dois museus

Comentários dos nossos leitores
António manuel@gmail.com
Comentário:
Beira interior não obrigado….
 

Museu da Guarda tem nova diretora a partir
        de sábado

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