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Museu da Guarda “abre portas” às famílias

Iniciativa “Feiticeiros no Museu” atraiu meia centena de visitantes no último fim-de-semana

Apesar de não ser a primeira vez que visita aquele espaço, a pequena Matilde não conseguiu disfarçar a sua admiração com o diferente cenário encontrado no Museu da Guarda. Durante o último fim-de-semana, cerca de meia centena de pessoas deixaram “enfeitiçar-se” pelo programa “Famílias nos Museus”, promovido pelo Instituto Português dos Museus (IPM) com o objectivo de cativar os núcleos familiares para uma experiência alternativa. A acção de animação e educação “Feiticeiros no Museu”, que esteve a cargo do Grupo Performativo de Artes Contemporâneas da Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG) do IPG, suscitou a atenção dos miúdos, mas também de alguns adultos.

O espaço da exposição permanente do Museu da Guarda foi assim um cenário mágico, onde as famílias foram o centro da atenção dos “feiticeiros”, enquanto os objectos museológicos foram as poções mágicas. Chegados à primeira sala, os visitantes “entraram” na pré-história, onde um homem e uma mulher, envergando apenas umas peles, agonizavam, emitindo uns ruídos que assustaram uma das espectadoras mais novas. Seguindo a viagem pela História, o grupo “chegou” à Idade Média, onde aprendeu que o espólio exposto nos museus não deve ser tocado com as mãos, mas sempre recorrendo ao uso de luvas. Passou-se então à “zona de guerra”, com os participantes nesta iniciativa inédita, que se mostraram sempre muito atentos, a ficarem a saber que todo os objectos expostos naquela sala foram doados por António Moura. De seguida, os visitantes subiram até ao primeiro andar, espaço onde se podem observar variadíssimos quadros e foi representada uma cena desenrolada na praia. Por fim, os espectadores foram brindados com a oferta de alguns doces, com toda a gente a revelar-se satisfeita pela experiência inovadora, com especial destaque para os mais novos.

A pequena Inês Abrantes, de apenas 3 anos, confessou que gostou «muito» daquela que foi a sua primeira visita ao Museu da Guarda. Quanto à Joana, a sua irmã, de 9 anos, que já tinha visitado o Museu com os seus colegas da escola, simpatizou particularmente com a «parte dos tiros». Apesar de não ter feito a sua estreia, Joana afirmou que «desta vez foi diferente por causa dos teatros» e, por isso, apreciou «mais». Já a Matilde, de 7 anos e que foi ao Museu com o irmão e a mãe, gostou de «tudo», mas, em especial, «dos tiros e das histórias». Por sua vez, a mãe da Matilde, Florbela Rodrigues, considerou que esta iniciativa, que se vai repetir a 12 e 20 de Novembro, é «muito positiva porque, habitualmente, as pessoas não vêm em família ao museu e não trazem as crianças», sublinha. Esta é portanto uma «boa oportunidade para todos virem, desde os mais jovens aos mais velhos», desafia.

Igualmente satisfeita com a adesão registada no primeiro fim-de-semana dos “Feiticeiros no Museu” ficou a directora do Museu da Guarda. Dulce Helena Borges deseja que o número de visitantes «ainda seja aumentado» nos próximos fins-de-semana em que a iniciativa vai decorrer e para os quais já existem marcações. Mas, de qualquer modo, uma acção destas, pelo espaço que o Museu tem, «não pode ter muita gente porque, em termos físicos, é bastante estreito e um grupo com mais de 20 ou 25 pessoas prejudica a visita e a observação das peças», refere. De resto, o grande objectivo desta proposta passa fundamentalmente por «atrair mais famílias aos museus» e também para «despoletar a atenção», de modo a que as pessoas voltem ao museu «por mais do que uma vez», indica. O programa “Famílias nos Museus” decorre de 1 de Outubro a 31 de Dezembro, envolvendo oito museus a nível nacional, sendo a participação nas actividades inteiramente gratuita após marcação prévia.

Ricardo Cordeiro

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