O Museu da Castanha, em Aldeia do Bispo, concelho da Guarda, abriu as portas pela primeira vez na passada sexta-feira e muitos foram aqueles que não quiseram deixar de visitar a pequena casa que acolhe o espaço museológico dedicado à castanha.
«A ideia e a vontade de construir um museu dedicado à castanha surgiu em 1997», conta Carlos Costa, presidente da junta da localidade. No entanto, a cedência de uma antiga casa em ruínas, pela família Camurça, natural da aldeia, foi determinante para levar o projecto em frente, fazendo com que o sonho fosse avante e se tornasse uma realidade. Também o projecto, oferecido pelo arquitecto Aires Almeida, natural da aldeia, «veio complementar a vontade expressa de avançar com a obra», afirma o autarca local. A obra teve um custo total de cerca de 50 mil euros, que foram comparticipados em 75 por cento pela Associação de Desenvolvimento Pró-Raia, sendo que o restante foi suportado pela Junta de Freguesia.
A castanha foi um fruto que teve, ao longo de vários séculos, um papel determinante na economia da aldeia. No entanto, os incêndios dos últimos anos devastaram quase por completo os castanheiros da aldeia. «O museu veio contribuir para o reforço da auto-estima da população local, uma vez que tem agregado um espólio considerável existente na aldeia, o qual está exposto e valorizado de forma condigna», reforçou. O museu irá acolher uma exposição permanente dedicada ao ciclo da castanha, que permite aos visitantes, de uma forma simples e clara, acompanhar todo o percurso biológico deste fruto. A par disso, é ainda possível nesta exposição, conhecer toda a temática associada à diversidade de funções que a castanha tinha, nomeadamente no que diz respeito à alimentação, economia familiar, medicina tradicional, cultura, artesanato, entre outras. Actualmente, faz ainda parte do acervo, uma colecção de objectos de culto religioso, cedidos pela Comissão da Fábrica da Igreja da aldeia.
Carlos Costa espera ainda que este seja um «espaço de referência na região», uma vez que irá estar incluído nos roteiros turísticos do concelho da Guarda, promovendo assim o valor cultural, social e económico que este fruto teve na freguesia. O museu será administrado pela Junta de Freguesia e inicialmente só irá abrir as portas aos visitantes durante os fins-de-semana e feriados, da parte da tarde. Contudo, o presidente mostrou-se «naturalmente satisfeito» com o novo espaço museológico de Aldeia do Bispo e espera que, futuramente, o espaço possa estar aberto mais vezes.
Tânia Santos
