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Municípios encomendam estudo de valorização da Serra da Estrela

Documento será apresentado ao Governo no âmbito da discussão do Quadro de Referência Estratégica Nacional

A Escola de Gestão do Porto (EGP) tem 90 dias para apresentar um estudo sobre os eixos de valorização da Serra da Estrela. O documento foi encomendado pelos seis municípios que integram o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) para ser apresentado ao Governo, no âmbito da discussão do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). «Será uma “bíblia” que passamos a ter para esta área», sintetizou Álvaro Amaro, na passada segunda-feira, em Gouveia, após a assinatura do acordo com Daniel Bessa, que vai liderar a equipa responsável pelo estudo económico.

As Câmaras de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia querem saber quais as áreas estratégicas de desenvolvimento, mas também as condições de acesso a programas de financiamento e as formas de intervenção preconizadas. O economista e antigo ministro garante que a Serra da Estrela «já é um grande activo» com capacidade para melhorar o nível de vida dos seus habitantes. E, do seu ponto de vista, os argumentos não faltam, destacando o turismo, os produtos naturais, a água, a saúde, o ambiente e os centros urbanos. «São bens que existem e que talvez possam contribuir para mais desenvolvimento nestes municípios, como acontece no resto do mundo», disse Daniel Bessa, para quem há vectores mais complicados de resolver. É o caso da marca Serra da Estrela, pois «existirão, talvez, uma dezena de entidades com a sua marca». Outro tem a ver com a ausência de uma entidade «que represente todos os municípios e restantes intervenientes perante o poder central». Por isso, o Governo será o «grande destinatário» das conclusões do estudo, anunciou o professor da EGP.

Já Álvaro Amaro espera que a iniciativa contribua para «fazer história» no desenvolvimento da Serra da Estrela, considerando ser já um «passo importantíssimo» que os seis municípios se tenham entendido para avançar com este estudo. «Todos percebemos que é preciso ter algo de muito sólido com que confrontar o Governo para exigirmos apoios para os nossos projectos. Por outro lado, poderemos ganhar economias de escala para concretizar esses empreendimentos», adiantou o autarca gouveense, que não vê problemas no facto das autarquias envolvidas pertencerem a três NUT III diferentes. Antes pelo contrário, Álvaro Amaro, que foi o porta-voz dos restantes autarcas, admite que esta aproximação pode vir a ser «a génese de um novo organismo regional».

Luis Martins

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