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Município apoia aeroporto na Covilhã

Executivo deu parecer favorável ao ante-projecto do empreendimento, que considera de «importância regional»

A Câmara da Guarda apoia o projecto do aeroporto regional da Covilhã, que este município pretende construir na zona do actual aeródromo. O executivo guardense deu, na segunda-feira, parecer favorável ao ante-projecto e reconheceu a «importância regional» do empreendimento.

«É uma infraestrutura de futuro e para o futuro, que permitirá fomentar o turismo e o desenvolvimento económico da região», referiu Joaquim Valente. Para o presidente da Câmara, a cidade vizinha da Covilhã tem «condições físicas» para concretizar este aeroporto que «é importante não só para Beira Interior, como também para o outro lado da fronteira». O assunto mereceu unanimidade na última reunião do executivo, tendo o vereador do PSD, Rui Quinaz, sublinhado que o projecto «é um investimento regional, pelo que a Guarda deve ser parte interessada». O pedido de parecer solicitado à autarquia tem a ver com ao espaço aéreo necessário à aterragem e descolagem dos aviões, uma vez que uma pequena franja da freguesia de Gonçalo será sobrevoada, mas a cerca de 250 metros de altitude, refere o documento.

O aeroporto regional da Covilhã é uma velha aspiração de Carlos Pinto, autarca local. Segundo aquela autarquia, a infraestrutura deverá ter capacidade para receber voos internacionais de turismo, em “low-cost”. Está prevista a construção de uma pista com um máximo de 2,2 quilómetros no sopé da cidade, aproveitando em parte o actual aeródromo. O projecto tem uma das maiores dotações financeiras do Plano de Desenvolvimento Estratégico da Comunidade Interurbana das Beiras (Comurbeiras), com 25 milhões de euros, e o objectivo é que possa ser financiado no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Contudo, a última palavra cabe ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e ao Ministério do Ambiente, cujos pareceres são determinantes para a continuidade do empreendimento.

Centro Cultural dos Trinta

Nesta reunião, Rui Quinaz considerou «inadmissível» que a Câmara não ajude a concluir o Centro Cultural dos Trinta, que está a ser construído pela pela Junta de Freguesia. «É uma obra com a qual se vinculou em 2004, cujo projecto aprovou, mas para a qual nunca transferiu as verbas prometidas por falta de dinheiro, pelo que a sua conclusão está comprometida», disse, acusando a maioria de não apoiar por aquela Junta ser do PSD. «Há dificuldades financeiras para uns e não para outros», criticou, enquanto revelou que a Junta já ali gastou 118 mil euros, tendo em conta um acordo com a então presidente Maria do Carmo Borges. Joaquim Valente começou por rejeitar que as Juntas socialistas sejam privilegiadas dizendo depois que «o chamado Centro Cultural dos Trinta fica numa antiga casa de habitação sem condições».

De resto, o presidente recordou que a freguesia dispõe de um salão na Casa do Povo, «onde cabem algumas centenas de pessoas e com palco», e que a associação cultural “Raiz de Trinta” também tem um imóvel que gostaria de recuperar. «A Junta e a associação têm que trabalhar em conjunto, porque não vamos investir em dois equipamentos similares», disse, adiantando que vai agendar uma reunião com as partes para analisar o assunto. Já Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura, acrescentou que «nunca houve compromisso de financiamento» da Câmara para este projecto, tendo a Junta avançado «por auto-recreação». E, por falar em financiamento, Vítor Santos anunciou que a autarquia transferiu na semana passada os 10 mil euros prometidos ao NDS. O executivo aprovou ainda uma voto de pesar pelo falecimento do ex-vereador António Saraiva, vítima de doença súbita nessa madrugada em Lisboa. Militante do PS, tinha 59 anos, foi presidente da Junta da Corujeira e membro dos executivos de Abílio Curto na Câmara da Guarda, de 1983 a 1993.

Luis Martins O apoio à construção do centro cultural dos Trinta dividiu o executivo

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