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«Muitos DJ’s são mais reconhecidos no estrangeiro que em Portugal»

Cara a Cara – Entrevista: Pedro Carrilho

P – Como foi ter vencido o prémio de Jovem do Ano (Prémios Rádio Clube Português) e ter sido nomeado para a categoria de DJ Revelação nos prémios Portugal Night Awards 2009?

R – É sempre gratificante vermos o nosso trabalho reconhecido. Confesso que não estou na música com o objectivo de vencer prémios, mas o facto de, em menos de um ano, ter sido nomeado para duas categorias distintas da minha actividade (produção musical e DJ’ing) foi bastante positivo e mostrou-me que há imensas pessoas atentas ao meu percurso.

P – Sente que pode vir a estar entre os melhores Dj’s portugueses?

R – Actualmente, orgulho-me de poder dizer que já faço parte do leque dos melhores produtores de música de dança do nosso país, do “Top 10” da nova geração. No entanto, em relação à actividade de DJ, o caminho é mais difícil. Existe imensa concorrência e competição e há sempre outros interesses inerentes para além do “saber pôr música”.

P – Como vê o panorama dos DJ’s a nível nacional?

R – Como referi anteriormente existe imensa concorrência, mas sem dúvida que há excelentes DJ’s no nosso país. Muitos deles são até mais reconhecidos no estrangeiro do que em Portugal. Infelizmente, por cá, a “moda do DJ” pegou e vemos, por exemplo, dezenas de celebridades a ocuparem lugares na cabine em importantes clubes e eventos e a tirarem mérito a quem já trabalha na área há anos. Esse é um aspecto bastante negativo deste mercado a meu ver.

P – Consome-se boa música no nosso país?

R – Temos consumidores para todos os gostos. Em relação ao meu estilo (música de dança), há cada vez mais adeptos de boa música, sobretudo entre os mais jovens. Mas ainda há imensos clubes e festas onde a música consumida é a mesma que passa na rádio ou na televisão. Não quero com isto dizer que é boa ou má, mas apenas constatar que existe ainda bastante falta de abertura e as pessoas continuam a ouvir “mais do mesmo”.

P – Reside em Coimbra. A região da Guarda, de onde é originário, não lhe deu todas as condições que necessitava para progredir?

R – Mudei-me para Coimbra por motivos académicos e não devido ao meu percurso musical. No entanto, tenho de concordar que é uma região onde é mais difícil vingar e conseguir contactos nesta área. Mas existem bons talentos e cada vez mais pessoas que gostam e se interessam por este género musical.

P – O que acha faltar ao interior para ter mais peso no nosso país, e mesmo, a nível musical?

R – A nível musical, acho que falta algo a que já me referi anteriormente: abertura.

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