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Mudanças

Quebra-Cabeças

Para quem se não recorde, ou tenha aportado há pouco tempo à cidade da Guarda, aponto algumas mudanças ocorridas nos últimos vinte (ou trinta?) anos:

A Câmara Municipal ficava na Praça Velha, que então se chamava já de “Praça Velha, embora fosse denominada “Luís de Camões”. Já lá estavam o D. Sancho e a Catedral. A Rua do Comércio tinha dois sentidos e os passeios eram mais estreitos. No sítio da actual Câmara Municipal estava então a praça, que agora está onde antes não estava nada que eu recorde especialmente. Recordo apenas que acima do sítio onde agora está era a paragem dos autocarros – que fica agora abaixo da praça. Não havia rotunda da Central de Camionagem, nem, a bem dizer, rotundas nenhumas – a não ser que se queira chamar rotunda à do “Posto da Polícia”, que nunca foi tratada como rotunda e onde nunca vi um polícia.

Não havia Estúdio Opidana mas havia Cine-Teatro da Guarda (que, depois de fechar, deixou a cidade sem cinema durante anos). As urgências do Hospital ficavam … no “Hospital” e não no Parque da Saúde, que então se chamava Sanatório. As Piscinas Municipais ficavam ao pé do Parque e, quando fecharam, ficámos sem piscina durante anos. No edifício da actual Conservatória do Registo Civil e Predial, que eram no Tribunal, estava então a Caixa Geral de Depósitos.

Não havia grandes, ou sequer médias, superfícies comerciais, nem, que me lembre, se falava ainda em “superfícies comerciais”. Pontificava então o pequeno comércio. Estava ainda aberto o Café Mondego e o Café Monteneve, antes de se deslocar para a Praça Velha, ficava ao lado da antiga sede dos Bombeiros (mais antiga ainda do que aquela que fechou há pouco).

Não havia parcómetros. O trânsito circulava nos dois sentidos em volta do Jardim José de Lemos. Havia em frente um quartel de infantaria e a GNR, que aí está agora, ficava ao lado da PSP.

No sítio onde está agora o IPG havia um descampado e ao lado havia, antes de arderem, pinhais.

A cidade ficava a quase três horas de Coimbra e a quase cinco de Lisboa. Não se ia ao Porto. Olhava-se sobranceiramente para Castelo Branco e para a Covilhã e, se recuarmos ainda mais no tempo, podemos recordar alguma rivalidade em relação a Viseu.

Em suma, à excepção de algumas coisas que mudaram de sítio, de outras que cresceram desmesuradamente, como os bairros periféricos, e um ou outro pormenor sem grande importância, podemos dizer que, basicamente, está tudo na mesma: o que realmente interessa na Guarda continua a acontecer num perímetro formado por três ou quatro quarteirões.

Por: António Ferreira

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