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Mudança de Hora

Mitocôndrias e Quasares

No último fim de semana de Outubro passámos para a hora de inverno. Esta mudança deve-se a uma directiva da UE que determina que os países da União Europeia devem entrar na hora de Verão no último domingo de Março e adoptar a hora de Inverno no último domingo de Outubro, independentemente do fuso horário em que se encontrem

Em Portugal, a hora legal é regulamentada pelo Decreto-Lei nº. 17/96, de 8 de Março, que refere no primeiro artigo que a hora legal de Portugal continental coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).
Ou seja, a hora legal em Portugal será atrasada em 60 minutos às 2 horas de tempo legal (1 hora TUC) no dia 25 de Outubro de 2009.
Este Horário de Inverno prolongar-se-à até Março de 2010.

A divisão do tempo desempenhou uma função decisiva na vida do homem desde há muitos milénios. As unidades de tempo naturais foram antes de mais o ano com as diferentes estações, bem como o dia. Também o mês, ou seja o período orbital da Lua à volta da Terra, ou mudanças de fases lunares,se pode considerar uma divisão natural do tempo. Surgiram outras possibilidades de articular lapsos de tempo, mais ou menos longos segundo os acontecimentos meteorológicos periódicos, como chuvas ou inundações.

A divisão do dia em horas foi uma articulação adicional, mais artificial. A este respeito, o número 12 remonta das 12 constelações do Zodíaco ou seja o número 12 dos meses do ano. Antigamente, costumava-se dividir o dia “da luz” em 12 horas desde o nascer ao pôr do Sol, do mesmo modo que o dia da “escuridão”, do pôr ao nascer do Sol. O que trazia consigo a duração das fosse muito diferente das estações. No inverno, as horas diurnas eram mais curtas e as nocturnas mais longas, ocorrendo o contrário no Verão. Apenas mais tarde se introduziram horas de igual duração numa sucessão de 0 horas a 24 horas. A divisão da hora em 60 minutos e do minuto em 60 segundos, bem como sucessivas partes decimais do segundo, foi sendo introduzido no decorrer dos tempos, com o aumento das possibilidades e necessidades científicas e técnicas, em especial nas comunicações.

A mudança horária não é um processo pacífico para o organismo. Um estudo de 2007 publicado revista Current Biology, sugere que esta mudança de hora representa uma significativa interrupção sazonal que pode ter efeitos em outros aspectos da fisiologia humana. No estudo é referido que tal como noutros animais, o relógio natural do ser humano usa a luz do dia para permanecer em sincronia com o seu ambiente, quando as estações mudam.
De facto, isto é tão exacto que o comportamento humano se vai ajustando progressivamente ao aumento da escuridão do Oriente para Ocidente, sem contar com as zonas de tempo estabelecidas por lei.
A equipa fez um vasto estudo que examinou os padrões de sono de cerca de 55 mil pessoas na Europa central e concluiu que o tempo biológico de dormir segue a progressão natural do amanhecer, segundo um tempo padrão que não é o estabelecido pela mudança legal da hora.

Esta aparentemente pequena mudança de hora repete-se todos os dias nas semanas que se seguem, causando um repentino desfazamento no ciclo natural de acordar e dormir. Deste modo, o tempo biológico permanece dentro do padrão do tempo de Inverno, enquanto têm de ajustar as suas agendas sociais ao avanço da hora durante todo o Verão
Ou seja, o estudo revela que a mudança da hora legal pode ter efeitos prejudiciais na saúde a longo prazo, porque o ritmo biológico não se ajusta imediatamente.

Com a mudança da hora estamos a poupar energia, com um melhor aproveitamento das horas de Sol, contudo durante cinco meses, as noites vão chegar cedo, o que pode trazer alguns distúrbios aos portugueses, pelo que nos resta aproveitar ao máximo as horas de Sol e esperar que chegue rápido Março!

Por: António Costa

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