A fadista Celeste Rodrigues morreu hoje aos 95 anos. Nascida no Fundão, a 14 de março de 1923, a irmã de Amália Rodrigues iniciou a carreira há 73 anos, ao aceitar o convite feito pelo empresário José Miguel (1908-1972), detentor de vários teatros e casas de fado, entre os quais o Café Casablanca. Do seu repertório constam, entre outros temas, “A Lenda das Algas” e o “Fado das Queixas”.
Ao longo da carreira fez parte dos elencos de várias casas de fados, como o Café Latino, o Marialvas, Adega Mesquita, Tipóia e Adega Machado e a Parreirinha de Alfama, de Argentina Santos. Em 2007, editou o álbum “Fado Celeste”, no qual gravou fados tradicionais e inéditos com letras de autores contemporâneos, como Hélder Moutinho, José Luís Gordo e Tiago Torres da Silva. No mesmo ano foi homenageada pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), no Museu do Fado.
Em 2010, estreou-se o documentário sobre a sua vida, “Fado Celeste”, realizado pelo neto Diogo Varela Silva, e recebeu a Medalha de Prata da Cidade de Lisboa, no cinema S. Jorge. Em 2015, pelos seus 70 anos de carreira, a secção Heart Beat do Festival DocLisboa abriu com uma remontagem do documentário, intitulado, apenas, “Celeste”. Em 2012, o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva condecorou-a com a Ordem do Infante D. Henrique, grau de comendador. Recentemente, a fadista foi notícia por ter protagonizado um dueto com Madonna.