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Moradores desagradados com velórios na capela do Mileu

A esperada – e prometida – capela mortuária na Póvoa do Mileu, na Guarda, continua sem sair do papel. Este problema arrasta-se há quase duas décadas e não tem conclusão à vista.

A capela do Mileu não tem uma casa mortuária, o que leva os moradores a procurar com frequência outros espaços da cidade para se despedirem dos entes falecidos. Tudo porque as condições da capela – que tem sido o espaço disponível, além de outros condicionalismos, têm provocado alterações inesperadas, o que não agrada aos populares.

«Há muita gente a residir na Póvoa do Mileu, pelo que não se justifica “pular” para outras capelas da cidade quando já foi prometida uma aqui». Quem o diz é José Prata, responsável do Centro Social local, que dá voz à insatisfação dos moradores. As queixas têm subido de tom, uma vez que o regresso à capela (depois das obras no edifício) confrontou os moradores com problemas antigos, que continuam a não ser atendidos pelas entidades responsáveis. «A capela não tem condições para acolher velórios. Não há casas de banho nem aquecimento, por exemplo», reitera José Prata. «Não nos interessa de quem é a responsabilidade ou quem vai fazer, há essa necessidade e andamos nisto há 15 ou 20 anos», lamenta.

O responsável do Centro Social adianta que num destes domingos um velório não se realizou na capela do Mileu por coincidir com o horário da missa. «Vamos insistir junto dos órgãos competentes. Pelo que sabemos a Câmara e a Paróquia já chegaram a acordo, mas não vemos resultados práticos», contesta José Prata. Confrontado com esta situação, Carlos Lages, pároco na Sé e S. Vicente, disse a O INTERIOR que «temos mantido conversações com a Câmara. Estava marcada uma reunião para a última sexta-feira, que não chegou a acontecer devido a imprevistos». Segundo o sacerdote, a paróquia de S. Vicente está a planear a recuperação da “Casa do Ermitão”, junto à capela, para acolher a casa mortuária e um espaço para catequese. Todavia, Carlos Lages avisa que «não sabemos quando poderá estar pronta».

«Gastámos ali dinheiro há pouco tempo e não há margem de manobra para “aventuras”», alerta o sacerdote, que deixa ainda uma crítica às «entidades», reiterando que «há capelas nas aldeias das proximidades, e ainda bem, mas parece que se esqueceram da Póvoa do Mileu». Até ao fecho desta edição não foi possível obter uma reação da Câmara Municipal, apesar de ter sido contactada previamente para o efeito.

Sara Quelhas Casa mortuária continua sem “luz verde”

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        capela do Mileu

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