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Mondadeiras

Bilhete Postal

Manter apenas os espaços que já existem, só escrever em papel usado, só reciclar, só manter e reconstruir ou refazer em lugares já existentes, fazer de novo, fazer retocando, mondando o milho como sempre foi, o milho antigo e o milho rei. uma estratégia de mondadeiras. Aprecio o sol que chega ao mesmo monte meses sem fim, que se apruma depois da chuva, depois da queimada malvada, da terra morta de morte assassinada. lá vem o sol outra vez, lá vem a construção sobre os espaços da memória, os espaços de pré-existência. A minha tese é não fazer nada novo agora, nada em terra virgem ou cultivada, usar sempre lugares visitados do cimento. Mais nada construído. Portugal de manter e preservar renovando e reabilitando. as mondadeiras a cantar de novo, no mesmo Portugal outrora, agora fresco e pintado a cores sobre o branco e o verde de sempre. Tenho a força da certeza que agora há que dar às pessoas qualidade de vida e diminuir construções e empreendimentos. Uma saída da crise que se constrói com sapateiros, padeiras, modistas, ceifeiras e curistas. Preservar, manter e aprimorar os cantos das ruas, a qualidade das casas, as calçadas e as lojas antigas.

Por: Diogo Cabrita

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