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Ministra diz que remodelação do Hospital começa em 2009

Ana Jorge garantiu que projecto vai cumprir os prazos estabelecidos por Correia de Campos

A nova ministra da Saúde tranquilizou os guardenses relativamente ao andamento da requalificação e ampliação do Hospital Sousa Martins, cuja obra deverá começar daqui a um ano. «O projecto de arquitectura já começou a ser feito e irá para concurso no final de Setembro. Prevê-se que a empreitada comece no primeiro trimestre de 2009», anunciou Ana Jorge, na terça-feira, à margem das jornadas parlamentares do PS, que terminaram ontem na Guarda.

Após uma curta visita ao Hospital, a sucessora de Correia de Campos revelou também que os trabalhos de arquitectura vão ser acompanhados por uma comissão, constituída por representantes da autarquia, do hospital e da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. «O objectivo é que o projecto cumpra o Programa Funcional, ratificado em Maio de 2007, de forma a que seja aprovado rapidamente quando estiver pronto para cumprirmos os prazos estabelecidos», afirmou Ana Jorge, para quem o processo está «no bom caminho». A governante admitiu, contudo, ter havido um «ligeiro atraso» nesta fase inicial, mas que, «neste momento, está a ser recuperado». E exemplificou, revelando que, amanhã, vai haver uma reunião entre a equipa projectista, a ARS e a administração do Sousa Martins, para «desenvolver todas estas peças para que o projecto de arquitectura fique pronto quando estava previsto, em Setembro».

Quanto às dúvidas suscitadas pela entrevista de José Sócrates à SIC relativamente à manutenção da Maternidade, Ana Jorge deu a entender que o assunto está encerrado. «Este serviço faz parte do Programa Funcional que está a ser objecto do projecto de arquitectura», esclareceu. Já o presidente do Conselho de Administração do Sousa Martins acrescentou que a Maternidade da Guarda está «de pedra e cal e não há volta a dar». Para Fernando Girão, o que importa agora é confrontar a tutela para a «necessidade urgente» de uma estrutura que preste bons cuidados de saúde na Guarda, «que motive os profissionais a fixarem-se e atraia outros. O que será mais fácil com uma casa nova», acredita. De resto, o médico não tem dúvidas que este projecto é irreversível: «Há intenção política da construção e ampliação, há dinheiro. O problema é que estes processos não correm tão depressa como gostaríamos», refere. Mas esses contratempos já lá vão, a acreditar em Fernando Girão, segundo o qual, actualmente, as coisas estão «a andar a uma velocidade muito grande, compensando algum atraso que houve algures».

«Este processo começou em 98 e, passados 10 anos, é uma aspiração que está quase a concretizar-se», garantiu, reiterando que a obra será posta a concurso «ainda no final deste ano». Com uma vantagem, já que os procedimentos dos concursos internacionais estão informatizados, por isso «tudo é agora muito menos moroso». Dizendo-se satisfeito com os prazos, o médico recordou que a remodelação do Hospital da Guarda esteve «presa durante dois anos à estratégia do Centro Hospitalar da Beira Interior». Recorde-se que para deslindar o impasse, Correia de Campos estabeleceu a criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS), que engloba o Hospital de Seia, a maioria dos Centros de Saúde do distrito e as Unidades de Saúde Familiar que vierem a existir. Resta saber quando vai ser publicada portaria que cria a ULS.

Visivelmente satisfeita com os esclarecimentos de Ana Jorge, a Governadora Civil Maria do Carmo Borges disse ter agora «a certeza que haverá obra no primeiro trimestre de 2009 no Hospital da Guarda». A remodelação e ampliação do Sousa Martins foi prometida por José Sócrates na campanha para as últimas legislativas, em 2005. O investimento é de 55 milhões de euros e consiste na requalificação total do edifício central, além da construção de uma ala nova com 5.000 metros quadrados, que vai acolher as Urgências, entre outros serviços. Segundo Fernando Girão, 12 milhões do valor global da empreitada serão destinados à aquisição de novos equipamentos. Ao todo, a área do estabelecimento hospitalar irá duplicar, já que aos actuais 10 mil metros quadrados existentes, irão ser acrescentados mais 11 mil metros quadrados de área nova.

Luis Martins

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