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Ministra anuncia hoje Escola Superior de Tecnologias de Saúde da Guarda

Escola Superior de Enfermagem reconvertida finalmente após quatro anos de espera

A Escola Superior de Tecnologias de Saúde da Guarda vai finalmente sair da gaveta e tornar-se uma realidade. A Ministra da Ciência e do Ensino Superior (MCES), Maria da Graça Carvalho, anuncia esta tarde na Guarda a reconversão da Escola Superior de Enfermagem após a controvérsia da passada terça-feira, gerada pela visita da governante a Gouveia (que não aconteceu por motivos de saúde), onde poderia eventualmente anunciar aquela alteração.

O anúncio vai acontecer dois dias depois na capital do distrito e quatro sobre a criação da futura Escola Superior de Saúde de Viseu, onde, em declarações a uma rádio local, a ministra se manifestou «estupefacta» perante a ideia de vir à Guarda por estes dias. Tanto mais que o projecto de reconversão ainda se encontrava «em análise». Contudo, Maria da Graça Carvalho acabou mesmo por vir, com ditos e desditos pelo meio. Aparentemente, a sua agenda não coincidia com a de Ana Manso, que na última reunião do executivo camarário tinha garantido que a ministra viria à Guarda no início de Fevereiro anunciar a criação da Escola Superior de Saúde. Bastou a programada passagem por Gouveia – e não Guarda – para exaltar alguns ânimos na terça-feira, mesmo não existindo qualquer certeza de que tal anúncio pudesse acontecer na “cidade-jardim”. O que, a concretizar-se, seria, no mínimo, estranho e desprestigiante para a capital do distrito. Mota da Romana, porta-voz do Movimento Cívico, foi dos primeiros a reagir, dando por perdida a tão aguardada Escola Superior de Saúde: «Os nossos políticos, neste caso a deputada Ana Manso, não têm peso ou força junto do poder central», desferiu.

Fernando Cabral também não se fez rogado e, em conferência de imprensa, manifestou o seu desagrado pelos acontecimentos, embora tenha ressalvado que «o fundamental é que a escola seja uma realidade». De resto, prontificou-se a anunciar que, se ganhasse as eleições, o PS iria assegurar que essa transformação «se faça rapidamente». Só que a ministra vem mesmo desta vez, levando Ana Manso a dizer que está convencida que «o assunto da escola vai ter um final feliz». Nem que seja quatro anos depois de ter sido prometida pelo então Governo do PS, que na altura apenas autorizou a criação da Escola Superior de Saúde de Castelo Branco. Assim sendo, só hoje será dado o primeiro passo dessa reconversão e anunciadas as novas opções de formação académica em torno das tecnologias da saúde. De resto, a nova escola vai ser aprovada de acordo com o projecto educativo apresentado pela própria instituição em 2001, que assenta em dois novos cursos na área das Tecnologias da Saúde, Farmácia e Radiologia, cada qual com vinte vagas. Mas também estas propostas carecem de uma autorização do ministério, já que habitualmente a reconversão é oficializada num ano e os respectivos cursos são aprovados no seguinte.

Recorde-se que esta medida faz parte da reorganização da rede de Ensino Politécnico Público da área da Saúde. Para além da Guarda, também Leiria, Viseu, Beja e Portalegre integravam a lista de espera. De resto, a Escola Superior de Enfermagem da Guarda foi a primeira no país a apresentar um projecto com vista à sua reconversão em Escola Superior de Saúde, no longínquo ano de 1998. Mas o projecto nunca chegou ser concretizado, apesar de ter havido outros estabelecimentos do país a beneficiarem dessa transformação, como Castelo Branco e Bragança. A primeira proposta contemplava os cursos de Cardiopneumologia, de Radiologia, Fisioterapia e Psicoterapia, bem como a ampliação das instalações da escola, nomeadamente a construção de um pavilhão desportivo para aulas.

Patrícia Correia

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