Arquivo

Ministério Público pede pena máxima para homicida

Advogado da família de PSP, natural da Guarda, morto na Amadora satisfeito com MP

O Ministério Público pediu pena máxima (25 anos) para Marcus Fernandes, acusado do assassínio de dois polícias, em Março do ano passado na Amadora. Uma das vítimas, António Carlos Abrantes, de 30 anos, era natural da Guarda e estava a prestar serviço na esquadra da Mina, tal como Paulo Alves, de 23 anos, originário de Rio Tinto. Os advogados das famílias concordaram com a condenação máxima, mas a defesa alega que o seu constituinte é doente.

Marcus Fernandes, de 31 anos, é acusado de dois crimes de homicídio qualificado e outro de homicídio qualificado na forma tentada, por ter disparado sobre um terceiro polícia, na Cova da Moura. Gusmão Nogueira, advogado da família de António Carlos Abrantes, cujas alegações estavam marcadas para ontem, disse não ter ficado surpreendido com a pena de 25 anos de prisão pedida pelo Procurador do Ministério Público (MP). Para Espada Nisa, o luso-brasileiro «agiu com toda a frieza, quis matar os três agentes e sabia que eram polícias da PSP» porque estavam numa viatura identificada. «Nem um batalhão dos GOE teria impedido o arguido de agir, porque este treinava tiro para ter mais reflexos para usar as armas na primeira ocasião que necessitasse», disse. A acusação sustentou ainda que Marcus Fernandes «estava sempre pronto a abater fosse quem fosse, tinha grande rapidez e perícia com armas» e na noite dos factos teve intenção de matar os três agentes, «agindo com toda a técnica da guerrilha urbana». O Procurador do MP considerou-o mesmo como «um assassino de sangue frio, implacável e sempre pronto a disparar».

«Subscrevo as alegações do Ministério Público», afirmou Gusmão Nogueira, enquantoo advogado de Marcus Fernandes admitiu ter ficado surpreendido com o pedido da pena máxima, até porque o arguido «confessou os factos». Reis Nogueira sustentou que, «perante a prova produzida em tribunal, não se pode deduzir que ele é um matador profissional, um assassino implacável». E insistiu na repetição das perícias médicas e que «o tribunal deveria ter tomado uma posição muito séria sobre a situação do arguido», porque este está em greve de fome e sede há 18 dias. Disse ainda não ter gostado de ouvir o Procurador classificar Marcus Fernandes de «matador profissional que quase fuzilou os agentes», pois considera que a prova produzida em sede de audiência «não nos permite concluir isso», acrescentou. Para Reis Nogueira a questão central é a «necessidade de internamento» do seu cliente e não o cumprimento de uma «pena justa, exemplar», remetendo para os relatórios de uma perita do Instituto de Medicina Legal que dizem que o arguido «é doente, precisa de internamento e fármacos adequados». A sentença deverá ser conhecida na próximas semanas.

Sobre o autor

Leave a Reply