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Mini, Micro, NanoAlimentos!

Mitocôndrias e Quasares

A revolução nanotecnológica também já chegou aos alimentos! Depois dos materiais electrónicos ou dos tecidos, a nanotecnologia começa a desenvolver-se rapidamente na indústria alimentar.

Esta nova tecnologia tenta modificar os alimentos na esperança de dar ao organismo uma sensação de saciedade mais duradora, depois da última garfada. Os nanoalimentos, como são conhecidos, fazem entrever a promessa de uma alimentação com um sal mais saboroso, matérias gordas que não engordam e uma alimentação com mais valor nutritivo.

Olhando um pormenor para um nanoalimento, podemos afirmar que se trata de um alimento ao qual se acrescentaram partículas de dimensões ínfimas, para reforçar as propriedades. É de salientar que os alimentos já possuem nanoestruturas naturais, como por exemplo, as proteínas do leite. Por outro lá, é de referir, também, que a manipulação das nanoestruturas dos alimentos já se faz há muitos anos, por exemplo acrescentando emulsionantes, para melhorar a textura dos gelados.

Apesar de algumas destas técnicas já existirem à algum tempo, o aparecimento de tecnologias como a do microscópio atómico (que permite analisar a superfície de uma amostra à escala do átomo) abriu a porta do nanomundo, permitindo analisar, compreender e modificar o comportamento destas estruturas minúsculas, de uma forma lógica e consistente. Estas técnicas de imagiologia são a base da alimentação ultrassaciante que os investigadores do Institute of Food Research querem desenvolver para lutar contra a obesidade.

Muitos alimentos são emulsões, ou seja, produtos onde os lípidos são transformados em gotículas cobertas por uma camada de proteínas. Sempre se acreditou que as emulsões se descompunham no estômago, mas este grupo de investigadores defende que existem algumas que ficam inteiras até que o seu invólucro de proteínas seja destruído pelos sais biliares no intestino delgado.

Desta forma, o que este os investigadores do Institute of Food Research pretendem é conseguir reforçar o invólucro das proteínas e conseguir retardar a sua destruição até à última secção do intestino delgado. O súbito afluxo de gordura no intestino delgado desencadeia um mecanismo que dá a sensação de saciedade.

Usar este mecanismo não é a única forma de fazer com que as emulsões nos ajudem a comer menos. Nas versões magras de inúmeras emulsões alimentares, cerca de metade das matérias gordas são substituídas por água, o que as torna menos cremosas e menos agradáveis ao paladar. Uma solução, para contrariar este mau paladar passa por dissimular a água sob a forma de nanogotas no interior de cada gota de gordura. Deste modo, as papilas gustativas passariam a sentir menos a água e mais a cremosidade das matérias gordas.

Na semana anterior ao Dia Mundial da Alimentação olhamos para mais um avanço, ao nível da indústria alimentar, que pretende aumentar qualidade de vida dos indivíduos.

Por: António Costa

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