Na última jornada do Distrital, o Mileu despediu-se do seu público com uma vitória pela margem mínima frente ao Aguiar da Beira, que disputa este domingo a final da Taça de Honra com a Lageosa do Mondego. O pouco público presente no António dos Santos assistiu a um péssimo jogo, disputado debaixo de muito calor e com os atletas a mostrarem-se avessos a grandes correrias.
Apesar de acalentar alguma esperança em recuperar a terceira posição, o Aguiar entrou mal na partida e couberam à equipa da casa os primeiros lances de perigo. Logo no primeiro minuto, de fora da área, Bill obrigou Bruno a sacudir para canto. Aos 7 , Zé Tó não aproveitou uma má reposição de bola do guardião contrário e demorou muito tempo para se decidir pelo remate. A primeira vez que o Aguiar chegou com relativo perigo à área contrária só aconteceu aos 16 , mas Clemente, após boa iniciativa individual, foi demasiado egoísta ao optar pelo remate quando tinha Nuno Gomes em boa posição. O jogo caiu então numa toada de “adormecimento”, com os jogadores a “acordarem” quando faltavam três minutos para o intervalo. Nuno Gomes esgueirou-se pela direita do ataque do Aguiar e, antes de entrar na área, foi rasteirado pelo desamparado Bruno, que viu o amarelo das mãos de Fernando Rafael. Na marcação do livre, o mesmo Nuno Gomes atirou a bola para o fundo da baliza, só que o lance foi anulado por indicação do árbitro assistente.
Na segunda metade Totá mexeu na sua equipa, que entrou com outra atitude em campo e criou a sua melhor oportunidade para marcar à passagem da hora de jogo. Boa iniciativa de Tiago, que ganhou a bola a Teles junto à linha de fundo e fez um cruzamento atrasado para Luís. Mas este, com espaço em zona frontal, atirou de primeira muito torto. Volvidos sete minutos, o Mileu apontou o único golo da tarde. Boa abertura de Vitó para Zé Tó, que, após receber a bola no peito, “fugiu” a Tino e rematou perante a saída de Bruno. O guardião aguiarense ainda tocou no esférico, mas não evitou o golo. Pouco depois Vitó foi expulso e o Aguiar acreditou que ainda podia chegar ao empate. Contudo, os visitantes queriam fazer tudo muito depressa e raramente conseguiram incomodar o último reduto dos locais. Quanto ao Mileu, defendeu com “unhas e dentes” a vantagem, aproveitando para “queimar” tempo sempre que podia. Apesar de algumas decisões que roçaram o caricato, Fernando Rafael acabou por não ter interferência directa no resultado.
No final, Liberalino Almeida era um homem satisfeito, considerando que a sua equipa se despediu com uma «vitória justa». Por outro lado, admitiu que esta época acabou por fazer «o melhor possível», atendendo a que «durante muitas semanas só tive quatro ou cinco jogadores para treinar». Para Totá, a derrota «ajusta-se àquilo que se fez durante os 90 minutos», acrescentando que o quarto lugar do campeonato é «muito bom». O treinador do Aguiar explicou ainda a perca dos 11 pontos de vantagem sobre o terceiro classificado com o facto do plantel ter «ficado cada vez mais reduzido com o passar dos meses».
Ricardo Cordeiro