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Miguel Portas diz que situação da Beiralã resulta de incompetência

Criação de mercados locais para pequenos agricultores e reforço dos serviços públicos serão soluções para o interior

O cabeça de lista do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu considerou, na sua passagem pelo distrito da Guarda, na última quinta-feira, que a actual situação da Beiralã resulta da incompetência da administração. «É exemplo da medíocre qualidade dos empresários têxteis em Portugal», afirmou Miguel Portas.

O bloquista, que reuniu de manhã em Seia com o Sindicato Têxtil da Beira Alta e almoçou com apoiantes em Celorico da Beira, mostrou-se ainda preocupado com o futuro dos pequenos agricultores da região, defendendo que necessitam mais da criação de mercados locais do que dos subsídios da União Europeia. Relativamente à fábrica têxtil senese, o eurodeputado referiu aos jornalistas que é agora «muito importante» que os 90 trabalhadores que estão a garantir a laboração consigam preservar os postos de trabalho. E que também «seja possível defender os interesses dos 120 despedidos». O candidato lamentou a situação que se vive nesta empresa e ainda na Delphi, na Guarda – realidade que disse querer conhecer melhor, prevendo uma deslocação nesse sentido para depois das eleições de 7 de Junho. «Aqui no distrito da Guarda são umas atrás das outras», constatou.

Já durante o almoço, que juntou meia centena de apoiantes num hotel da vila, Miguel Portas afirmou que há «medidas simples» capazes de ajudar os pequenos agricultores a escoar os seus produtos. «Não há nenhuma razão para que as nossas escolas básicas e secundárias não estejam obrigadas a comprar produtos locais pelo menos uma vez por semana para as suas cantinas», exemplificou. Para o eurodeputado, medidas como esta permitiriam ainda reconverter estes produtores em agricultores biológicos. «Se o agricultor tiver mercado garantido, tem obviamente condições de pensar em planear a sua produção em condições mais vantajosas do que estar a depender da subsidiação, em particular numa região em que o subsídio mal chega para tomar um café», afirmou.

Miguel Portas falou também na «importância dos serviços públicos da democracia» no combate à desertificação, exigindo «muito mais qualidade nos serviços que o interior pode prestar face àqueles com que se vive na periferia da grande cidade». No seu discurso houve ainda espaço para criticar o Governo, referindo, entre outros aspectos, os problemas sociais num «país que é o mais desigual e injusto da UE».

O bloquista falou na «importância dos serviços públicos» para a região

Miguel Portas diz que situação da Beiralã
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