O Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, situado no Parque Industrial do Tortosendo, foi inaugurado no último sábado, abrindo as portas a um grande grupo de interessados em conhecer aquele que se anuncia como o maior Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior. Mesmo sem membros do Governo, a cerimónia decorreu na presença de muitos empresários e do director regional da Economia do Centro, Francisco Pegado, que apoiou a aprovação da candidatura daquela estrutura ao Programa Operacional de Economia (POE).
«Este é o ponto de chegada de um grande percurso», afirmou Carlos Pinto, presidente do Conselho de Administração (CA) do Parkurbis e da Câmara, lembrando que em 1999 falou-se pela primeira vez na criação desta infraestrutura para acolher o saber, a tecnologia e o conhecimento adquiridos na Universidade da Beira Interior (UBI). Dois anos depois constitui-se a sociedade, concretizando a ideia de enriquecer a base produtiva do concelho. Da sociedade fazem parte a autarquia, Portugal Telecom, Associação Nacional de Lanifícios (ANIL), UBI, Núcleo Empresarial de Castelo Branco (Nercab), Associação Empresarial dos Concelhos da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP), Frulact e, recentemente, as autarquias de Manteigas, Belmonte e Fundão. O capital social é de 2,5 milhões de euros, numa área global de 100 mil metros quadrados e de 35 mil metros quadrados de construção. O edifício inaugurado representa um investimento de 2,4 milhões de euros, apoiado em 50 por cento pelo POE.
Apoiar as unidades de ensino e as empresas existentes, motivar o empreendorismo, fixar quadros qualificados que se vão formando na UBI, criar uma dinâmica empresarial na Beira Interior e colaborar com parques similares «do mundo» são os propósitos do Parkurbis. Para tal, este espaço conta já com nove empresas instaladas e mais cinco deverão ser aprovadas no Conselho Científico e Tecnológico nas próximas semanas para que também se instalem até ao final do ano. Para 2006, as expectativas são elevadas: instalar uma empresa por mês, de forma a que, em 2010, o Parkurbis possua 60 empresas fixas. «É um grande desafio», confessa Carlos Pinto, garantindo que «vamos sair do parque para contactar quem possa encontrar no Parkurbis um local de futuro». Para isso, aquela estrutura vai ser alargada para montante da Linha da Beira Baixa, que divide o Parque Industrial do Tortosendo. «Este parque vai conquistar o seu espaço», afiança o autarca, que desafia o Governo a conhecer «esta realidade», porque afinal «não somos um país tão grande que não permita aos governantes verem as realidades destas regiões», ironizou.
Centro de Apoio à Inovação e Empreendimento a caminho
Para breve está a criação de um Centro de Apoio à Inovação e Empreendimento, para identificar as oportunidades de investimento e de criação de empresas, apoiando o seu crescimento e financiamento, e de um Centro de Incubação de Base Tecnológica, com funções laboratoriais. A candidatura já foi apresentada, com parcerias internacionais, ao Plano Operacional de Economia. «Esperamos que o Governo a aprove para que as empresas que estão agora a começar os seus projectos, possam passar para esse espaço quando atingirem a velocidade de cruzeiro», anseia Carlos Pinto, para quem o Governo «tem que perceber» que o desenvolvimento do seu próprio programa das novas tecnologias passa por iniciativas como esta. Mas, a maior novidade é a promessa de que a Microsoft vai criar um «centro de excelência na Covilhã». A boa nova foi dada pelo presidente, que garantiu que as deligências feitas há cerca de dois meses levaram a que na próxima semana seja concretizada a instalação da «maior empresa do mundo em novas tecnologias». Nessa altura, o CA do Parkurbis irá conhecer de facto o que a Microsoft vai instalar naquela estrutura que pretende cativar outras empresas internacionais ligadas da área.
Rita Lopes
