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Metade das obras Polis não serão concretizadas

Programa não vai além da construção de jardins e requalificações

Com o relógio Polis a anunciar o fim do programa na Covilhã para daqui a 36 dias, pouco há para ver da anunciada revolução urbana a que se deveria ter assistido na “cidade neve”. O programa era ambicioso e os projectos muitos, mas a poucos dias do seu término resume-se a espaços verdes, jardins e melhorias de algumas vias de comunicação. As grandes obras não passaram do papel. Pelo caminho ficaram o teleférico, as escadas rolantes, os elevadores mecânicos e as três pontes pedonais que se perspectivaram para melhorar a mobilidade dos cidadãos.

Embora se sinta «um pouco desiludido» por não ter concretizado as grandes obras que foram perspectivadas para a Covilhã, o autarca salienta ter sido desenvolvido um «trabalho meritório» face aos recursos financeiros entretanto disponibilizados pelo Governo. «Vendeu-se este programa como sendo qualquer coisa que iria revolucionar por completo as cidades. E isso não é verdade», critica. Carlos Pinto refere a falta de recursos financeiros para poder levar a cabo o programa de requalificação ambiental e urbana preconizada pelo então ministro do Ambiente, José Sócrates. «Gastou-se muito em festa e em apresentações», diz Pinto. O autarca acrescenta «o Polis, a nível nacional, gastou 350 mil euros» nesse item. E a seguir esclarece que «fomos a única cidade polis a não ter entidade gestora. Fizemos tudo com a prata da casa, com o esforço complementar dos técnicos que já cá estavam». Com esta opção o presidente da Câmara considera que houve uma poupança de 2,5 milhões. E acrescenta: «Demonstrámos que era possível fazer o Polis sem esse aparato de pessoas». O autarca refere-se à contratação de directores técnicos, juristas e empresas auditoras, «a ganharem seis mil euros por mês», conclui. Daí que dos cerca de dois milhões de euros disponíveis inicialmente para o PolisCovilhã, a autarquia tenha executado «tudo por apenas 150 mil euros», assegura.

Apesar de nem tudo ter corrido como o previsto, o autarca não duvida que a «noção» defendida no programa é «bastante positiva». Daí que, assim que for possível, voltará a candidatar ao próximo QCA os projectos agora enquadrados no Polis e que, entretanto, ficaram na gaveta. «Se houver um segundo Polis, hei-de voltar a colocar tudo» o que não foi possível fazer nesta fase, afirma Pinto. E, se essa oportunidade surgir, o autarca adianta já novos projectos a lançar, como a requalificação da rua que liga o Grupo de Instrução e Recreio do Rodrigo ao TCT, a requalificação de Cantar Galo, Tortosendo e as zonas históricas da Covilhã. «Haja recursos, pois projectos não faltam», disse.

Liliana Correia

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