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Meredith Monk em exclusivo no TMG

Monstro sagrado da música contemporânea e do experimentalismo actua esta noite no grande auditório, num concerto único em Portugal

A voz e as suas potencialidades enquanto instrumento musical não têm segredos para Meredith Monk, que actua esta noite no grande auditório do TMG num concerto único em Portugal. Proclamada como “feiticeira da voz”, a norte-americana é uma multifacetada compositora, cantora, coreógrafa, autora de nova ópera, peças de teatro musical, filmes e instalações.

Meredith Monk (1942) é uma pioneira naquilo a que agora se designa por “técnica vocal estendida” e “performance interdisciplinar”, sendo que as suas composições cruzam música e movimento, imagem e objecto, luz e som, num esforço por descobrir e tecer novos modos da percepção. «A sua exploração da voz como um instrumento, como uma linguagem eloquente em si e per si, expande as fronteiras da composição musical, criando paisagens sonoras que desenterram sentimentos, energias, e memórias para as quais não temos palavras», adianta a produção. Com mais de 40 anos de carreira, a artista fundou, em 1968, The House, uma companhia dedicada a uma abordagem interdisciplinar da performance. Dez anos mais tarde formou o Meredith Monk & Vocal Ensemble, ampliando as suas texturas e formas musicais. Fez mais de uma dúzia de gravações, a maior parte pela editora ECM New Series.

O seu trabalho tem sido amplamente galardoado pelas mais prestigiadas instituições de arte mundiais. Monk é bolseira da Academia Americana de Artes e Ciências e tem vários doutoramentos honoris causa. A sua música foi ouvida em vários filmes, como “La Nouvelle Vague”, de Jean-Luc Godard, e “O Grande Lebowski”, de Joel e Ethan Coen. Em Julho de 2000, a sua obra foi distinguida com uma retrospectiva de três concertos intitulada “Voice Travel” integrando o Festival de Lincoln Center. Meredith Monk está na Guarda em versão quarteto do Vocal Ensemble, com Katie Geissinger, Allison Sniffin e Theo Bleckmann. Dois deles estão com a “diva da voz” desde os primórdios do grupo. No entanto, estes versáteis performers protagonizam concertos que combinam a música e o movimento de Monk e destacam a abordagem não-verbal à vocalização musical – a maior parte das suas composições utilizam fonemas em vez de texto.

«Cada música contém sons e sonoridades, criando um mundo particular, e a própria voz torna-se uma linguagem que se exprime mais eloquentemente do que as próprias palavras. A música transcendente de Monk apresenta uma expressividade muito variada em concerto, da mágoa e perda à alegria e riso. O público de todo o mundo considera os concertos acessíveis e divertidos, emocionalmente poderosos e muito interessantes», garante a produção.

Meredith Monk é uma pioneira na “técnica vocal estendida”

Meredith Monk em exclusivo no TMG

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