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Mercado e central de camionagem vão para obras

Requalificação dos dois edifícios vai custar perto de 400 mil euros, numa empreitada que ainda não tem comparticipação comunitária

A reabilitação do mercado municipal e da central de camionagem da Guarda foi adjudicada à Biosfera, empresa do grupo Baraças e Irmãos,de Pinhel, por 329 mil euros mais IVA. A empreitada foi consignada na passada quarta-feira e tem um prazo de execução de 120 dias.

No primeiro edifício os trabalhos vão consistir na concentração de todos os comerciantes no piso térreo e na realização de obras ao nível dos pavimentos, paredes, tetos e coberturas, entre outras. No segundo será reparada e consolidada laje da pala do cais de embarque e colocada uma nova pala na entrada sudoeste. A intervenção inclui ainda trabalhos de pintura de paredes e de instalação de novo pavimento. O objetivo dos projetos, elaborados por técnicos da autarquia, é «devolver dinâmica e vida» ao mercado municipal, dando «mais visibilidade aos produtos locais», enquanto na central de camionagem pretende-se «maior comodidade e conforto» para os passageiros e outros utilizadores do espaço. O auto de consignação foi assinado no mercado municipal onde Álvaro Amaro recordou que esta requalificação foi uma das suas primeiras promessas enquanto candidato à Câmara.

Reconhecendo que esta intervenção ainda não tem comparticipação financeira garantida, o autarca justificou o arranque dos trabalhos para conseguir um apoio da ordem dos 85 por cento em “overbooking” do quadro comunitário. «Mas para isso é preciso que as obras sejam feitas e pagas e nós vamos fazê-las e pagá-las, tenho por isso a sensação que vamos conseguir esse financiamento», afirmou, lamentando que no passado se tenha gasto «tanto dinheiro a idealizar e a projetar, mas sem fazer nada». Nesse sentido, Álvaro Amaro recordou ter já adjudicado obras no valor de 1,5 milhões de euros, algumas das quais foram promessas eleitorais, caso do relvado sintético do Zambito, do parque TIR da PLIE e da requalificação do mercado municipal e central de camionagem, aos quais acrescentou a construção da rotunda do Bairro da Luz. «Em todas essas obras não temos nenhuma garantia de financiamento comunitário, mas arriscamos porque o nosso desafio é recuperar em quatro anos um bocadinho do muito tempo perdido», afirmou o presidente da Câmara.

Álvaro Amaro adiantou ainda que as obras no mercado municipal vão decorrer faseadamente, começando nas fachadas para «não prejudicar o negócio neste período em que há mais gente». Em declarações a O INTERIOR, o presidente da Associação Comercial da Guarda (ACG) destacou a importância destas obras que vão proporcionar melhores condições para os cerca de 30 comerciantes instalados atualmente no mercado municipal. Miguel Alves recordou que a ACG «já tinha sinalizado as deficiências» do equipamento e que lançou recentemente um “flyer” promocional para atrair clientes, tendo já sugerido informalmente à Câmara a criação de um condomínio comercial para gerir o espaço após a conclusão das obras. «Gostaríamos que o mercado municipal fosse gerido de forma profissional e que as rendas dos comerciantes – que pagam em média 70 euros por banca – fossem aplicadas na manutenção, promoção e realização periódica de eventos de dinamização comercial deste mercado», afirmou Miguel Alves.

Luis Martins «No passado gastou-se tanto dinheiro a idealizar e a projetar, mas sem fazer nada», criticou Álvaro Amaro

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Lá que se recupere o mercado ainda se entende. Mas a central de camionagem está fora do tempo e desajustada da realidade. Em vez de se gastar nesta obra deve-se pensar em fazer uma central de raiz na Estação ou no nó de Pinhel/Arrifana, ficando ligada às auto estradas A23 e A25. Depois criava-se uma rede de transportes até à cidade. É também uma forma dos autocarros de longo curso não perderem meia hora para entrar na cidade.
 

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