A direcção …
Li e nem queria acreditar: o presidente do Sporting da Covilhã queixava-se que a antecipação do jogo com o Estoril para a manhã de domingo obrigava a equipa a viajar na madrugada desse mesmo dia. Tudo porque a equipa covilhanense tem o orçamento mais baixo do seu campeonato, o que não permite fazer estágios antes dos jogos. Apesar destas limitações, o Sporting da Covilhã ocupa o 2º lugar na Liga de Honra, uma classificação que enche de orgulho os covilhanenses.
Mas se para a maioria dos adeptos a classificação da equipa é o mais importante, para mim não. Mesmo que a equipa estivesse em último lugar, o Sporting da Covilhã seria motivo de orgulho por ter uma direcção que assumiu por inteiro as suas dificuldades financeiras, construindo uma equipa consentânea com as suas reais possibilidades. Ao contrário de clubes como o Setúbal, o Maia ou a Ovarense, o Sporting da Covilhã paga atempadamente aos seus jogadores e cumpre os compromissos assumidos, atitude que só pode ser elogiada.
Independentemente da classificação final, a política de contenção implementada pela direcção do Sporting da Covilhã é um bom exemplo para o desporto nacional e, mais particularmente, para o futebol.
Se anteriores dirigentes tivessem seguido a política da actual direcção, talvez a equipa covilhanense fosse hoje proprietária de uma sede capaz de acolher condignamente os seus sócios, em vez de estar instalada num espaço arrendado e em péssimas condições.
… e o patrocinador.
Ao escrever sobre Sporting da Covilhã, lembrei-me do principal patrocinador da equipa, o Intermarché.
Os cartazes dos muitos eventos organizados na região não mentem: o Intermarché substitui o antigo Monteverde como grande patrocinador dos eventos locais, aumentando até de forma significativa o apoio a clubes e instituições da região.
É bom não esquecer que, para além da criação de emprego, as empresas têm responsabilidades sociais na região onde se inserem. Ao contrário de outros, o Intermarché tem sabido integrar-se no tecido social local, apoiando um vasto conjunto de iniciativas da sociedade civil.
Na hora em que abre um novo espaço comercial na cidade, é justo realçar o papel de uma empresa que muito tem feito pelo desporto e cultura locais, substituindo muitas vezes quem tinha obrigações no apoio a este tipo de iniciativas. Na hora de escolher o local de compras, as empresas que apoiam as colectividades da região devem merecer uma atenção especial dos consumidores.
Por: João Canavilhas
