Para a maratona dos exames nacionais do 12º ano, que começou na passada sexta-feira, estão inscritos quase dois mil candidatos no agrupamento da Guarda, que engloba todas as escolas secundárias do distrito. Também aqui se reflecte a diminuição do número de inscrições, à semelhança do que acontece no resto do país. No distrito, entre 2003 e 2005, há menos 361 alunos a pôr à prova os seus conhecimentos. Nos últimos cinco anos, o número de alunos inscritos nos exames, a nível nacional, não tem parado de diminuir, registando-se uma quebra de 33 por cento entre 2000 e 2005, ou seja, menos 36 mil estudantes.
Numa altura em que os exames nacionais são ainda mais decisivos, devido à nova legislação em vigor, já que qualquer aluno que queira ingressar à universidade tem de ter, no mínimo, 9,5 valores (numa escala de 0 a 20) em todos os testes que sirvam como prova de ingresso. Segundo dados do Centro da Área Educativa (CAE), no agrupamento da Guarda estão inscritos 1.969 alunos para os exames do 12º ano, dos quais 1.703 (86 por cento) pretendem candidatar-se ao ensino superior, uma percentagem muito semelhante a anos anteriores. Os restantes realizam as provas com o intuito de terminar o ensino secundário. Os dados indicam ainda que vão realizar-se mais de sete mil exames no distrito este ano. Tal como no resto do país, a maioria dos candidatos são do sexo feminino, 58 contra 42 por cento, à semelhança do que aconteceu em anos lectivos anteriores. Na sua maioria são alunos do ensino secundário (87 por cento) e os restantes vêm do ensino recorrente, ensino profissional, via de ensino do 12º ano, equivalências, técnico-profissionais e apenas um estudante do nível secundário de educação (DL 74/2004). Quanto aos objectivos da inscrição, mais de 80 por cento dos alunos têm pelo menos um exame para aprovação, os restantes tem pelo menos um exame como interno, para melhoria ou é só exames para acesso ao ensino superior.
No topo da tabela dos alunos por curso de ensino secundário declarado na inscrição, está o agrupamento número um (geral), científico-natural, com 1019 alunos inscritos, seguido do agrupamento quatro (geral), humanidades, com treze por cento das inscrições, e ainda, o agrupamento três (geral), económico-social, com nove por cento. No final da lista dos vinte cursos mais frequentes aparece Técnico de Gestão (pme‘s e cooperativas), Terceiro Curso, Técnico de Serviços Jurídicos e Técnico de Comércio/Marketing, todos menos de dez alunos. A evolução demográfica pode explicar muito desta tendência de diminuição dos alunos inscritos nos exames nacionais. Segundo estimativas do INE, publicadas em 2002, o número de potenciais alunos do ensino secundário (entre os 15 e os 17 anos) deveria diminuir doze por cento (menos 44 mil alunos) entre 2001 e 2006. Mas haverá ainda alguma margem de crescimento. Até porque os valores do insucesso e do abandono escolar precoce são ainda muito elevados e metade dos jovens portugueses de 22 anos não têm o 12º ano. De resto, os resultados dos exames da primeira fase são divulgados a 15 de Julho, enquanto os da segunda fase só serão conhecidos nos dias 4 e 17 de Agosto.
Patrícia Correia
