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Menos desempregados em 2016

Número de inscritos nos centros de emprego diminuiu na Beira Interior em relação a 2015, no entanto aumentou em Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres e Gouveia

Os números do desemprego continuam a ser alarmantes e a Beira Interior não é exceção. O ano 2016 terminou como 11.140 desempregados na região, enquanto na zona Centro havia 63.305 inscritos nos centros de emprego, revelam os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), referentes ao mês de dezembro.

Olhando para todo o país, o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a taxa de desemprego tenha ficado em 10,2 por cento em 2016. Caso este dado se venha a confirmar, os números desceram em relação ao mesmo período do ano anterior (10,5 por cento). Só em março de 2009 se tinham registado números mais baixos. Esta aparente tendência de melhoria no mercado de trabalho também foi sentida na região e é na Covilhã que o número de desempregados mais diminuiu, de 3.066 em 2015 passou para 2.571 no ano passado. Contudo, este continua a ser o concelho da região com maior desemprego. Logo a seguir vem a Guarda. No mês de dezembro estavam inscritos no IEFP 1.772 pessoas, sendo que no final de 2015 eram 1.957 desempregados.

O terceiro concelho com maior taxa de desemprego é o Fundão. O ano de 2016 terminou com 1.355 desempregados, verificando-se também uma descida em relação a 2015 (1.612). Muito próximo destes números e a ultrapassar o milhar está ainda Seia, com 1.017 desempregados em 2016, uma ligeira descida em relação ao ano anterior, que fechou com 1.122 inscritos no respetivo centro de emprego. De uma maneira geral todos os concelhos das Beiras e Serra da Estrela (mais Aguiar da Beira e Vila Nova de Foz Côa) diminuíram a taxa de desemprego no último ano (em 2015 havia 11.430 desempregado), mas há exceções. Em Almeida registou-se um aumento de 31 desempregados, passando de 160 em 2015, para 191 em 2016. O mesmo aconteceu em Figueira de Castelo Rodrigo, que passou de 178 desempregados para 265; Fornos de Algodres, que registava 201 em 2015 e terminou 2016 com 221; e Gouveia, que de 586 inscritos no centro de emprego passou para 606, no final do último ano.

Segundo os dados divulgados pelo IEFP, em todos os concelhos analisados a maior taxa de desempregados está à procura de um novo emprego, e a faixa etária está localizada entre os 37 e os 54 anos de idade. Ainda da informação disponibilizada pelo instituto de emprego, é curioso analisar que das 373 ofertas disponibilizadas em toda a região, apenas houve 253 colocações, ficando mais de uma centena por ocupar. Em Seia, por exemplo, onde o número de desempregados é o quarto maior da região, das 56 ofertas disponíveis, apenas 21 foram ocupadas, pelo contrário, em Vila Nova de Foz Côa foram ocupadas as 8 ofertas de emprego que apareceram no mês de dezembro.

Apesar dos dados fazerem crer algum otimismo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que as taxas continuem a cair mas não ao ritmo de 2015 e 2016. No relatório Economic Survey, publicado na passada segunda-feira, a instituição prevê que a taxa de desemprego se mantenha na casa dos dois dígitos pelo menos neste ano e no próximo, ou seja, ainda na casa dos 10 por cento.

Ana Eugénia Inácio

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