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Menos 20 minutos entre Castelo Branco e Lisboa

Modernização do troço Mouriscas-A e Castelo Branco, na Linha da Beira Baixa, foi inaugurado no sábado

«Agora, é possível viajar de Castelo Branco até Lisboa de forma mais rápida, segura e confortável». A afirmação é de José Sócrates, depois da viagem de cerca de três horas que efectuou, no último sábado, entre Santa Apolónia e Castelo Branco para inaugurar o troço de 78 quilómetros que liga Mouriscas-A a Castelo Branco.

A modernização da linha da Beira Baixa, que começou no Entroncamento, vai encurtar em 20 minutos a viagem entre Castelo Branco e Lisboa e possibilitar a circulação de comboios pendulares graças à supressão de 48 das 57 passagens de nível existentes neste último troço. Para além da electrificação, a intervenção, iniciada em 2001 e orçada em 75 milhões de euros, contemplou igualmente a remodelação de edifícios e das estações/apeadeiros de Belver, Barca da Amieira, Fratel, Ródão, Sarnadas e Retaxo. A implementação de tecnologias de última geração na sinalização e telecomunicações ferroviária foi outra das medidas levadas a cabo pela REFER para garantir «segurança e com conforto» aos passageiros desta linha, salientou Tito Lívio. O engenheiro da empresa gestora da rede ferroviária e responsável pela electrificação da Linha da Beira Baixa prevê ainda implementar nestes 78 quilómetros o Sistema de Controlo Automático de Velocidade (Convel), mas também suprimir as restantes nove passagens de nível e remodelar as estações/apeadeiros de Mouriscas-A, Alvega/Ortiga, Barragem de Belver, Tojeirinha e Benquerenças.

Para Tito Lívio não há dúvidas que a intervenção, 114 anos depois da construção da linha, permitirá «reduzir os custos» de conservação e manutenção da ferrovia, bem como os gastos em energia (menos cerca de 330 mil euros por ano) e manutenção do material (mil euros por ano). «Mais do que a realização de um sonho», a electrificação da Linha da Beira Baixa significa que o Estado «não desistirá desta linha», salientou, com «emoção», José Sócrates, diante de uma vasta plateia na estação albicastrense. Destacada a importância desta via para as ligações ferroviárias nacionais e como «alternativa» à Linha da Beira Alta na ligação de Portugal à Europa, o primeiro-ministro aproveitou para anunciar a modernização e electrificação da ferrovia até à Guarda, num investimento de cerca de 150 milhões de euros. Intervenções para as quais a REFER «foi já orientada» pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, para «pôr em concurso e adjudicar» a obra, para que esteja concluída em 2007. A rectificação do troço entre Castelo Branco/Covilhã/Guarda, com 117 quilómetros de extensão, permitirá reduzir o tempo do percurso em cerca de 45 minutos graças ao aumento da velocidade média de circulação de 80 para 100 quilómetros/hora.

Aliás, entre o Fundão e a Covilhã, a REFER já modernizou o subtroço Vale de Prazeres/Covilhã, suprimiu 126 passagens de nível, construiu o Viaduto de Alcaide, além de ter substituído ou beneficiadas as pontes metálicas de Belmonte, Pina, Tapada das Cortes, Gualrita e Rebolal. Intervenções que custaram cerca de 28,4 milhões de euros. De resto, está prevista a rectificação da via, a construção da subestação de Fatela/Penamacor e a remodelação das estações/apeadeiros de Alcains, Lardosa, Soalheira, Castelo Novo, Alpedrinha, Vale de Prazeres, Fundão, Caria, Belmonte, Maçainhas, Benespera e Sabugal, para além da supressão de 56 passagens de nível e instalação de novas tecnologias.

Liliana Correia

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