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Médicos acedem aos dados clínicos através de “computadores móveis”

Serviços e Aplicações Multimédia em Ambiente Hospitalar, Universitário e Urbano deverá começar a funcionar no CHCB ainda este ano

O processo de digitalização dos dados clínicos coincide com o sistema multimédia para ambiente hospitalar, que está a ser desenvolvido pela Universidade da Beira Interior (UBI) em parceria com o CHCB e a PT Inovação, e que deverá estar em vigor dentro dos próximos meses.

O projecto denominado por Samurai – Serviços e Aplicações Multimédia em Ambiente Hospitalar, Universitário e Urbano, consiste em criar e desenvolver aplicações multimédia móveis e sem fios, adequados para a realização de tele-trabalho, e-learning e tele-medicina em ambiente universitário e hospitalar. O objectivo é dotar o hospital de sistemas “wireless” (rede sem fios) e de aplicações multimédia, permitindo que os médicos e restantes profissionais da saúde possam aceder aos dados dos doentes sem que para isso tenha que utilizar um computador, como acontece actualmente. Basta utilizar apenas um dispositivo móvel (PDA – terminal móvel de Internet) que em ligação a um código de barras atribuído ao doente poderá ser possível fazer uma leitura directa das necessidades dos doentes, quer no diagnóstico como na medicação a receitar. Além desta vantagem, o projecto permite ainda melhorar a qualidade e segurança dos cuidados médicos, evitar erros de posologia e permitir um acesso mais rápidos aos processos clínicos sempre que se necessitar. A ideia base é a mesma: eliminar a informação que se encontra em papel e espalhada pelos diversos sectores do hospital. O sinal para os dispositivos móveis será captado através de umas antenas a serem instaladas por diversos espaços do hospital.

Ao que tudo indica, os “computadores de bolso” que começaram a ser desenvolvidos no seio do departamento de electromecânica e da Faculdade de Ciências da Saúde, e que permite o acesso aos dados dos doentes junto da própria cama do hospital, poderá entrar em funcionamento ainda este ano. O Hospital Pêro da Covilhã será assim um pioneiro na utilização destes equipamentos na região.

Mas as vantagens deste projecto não se esgotam apenas nos benefícios para os profissionais da saúde e dos pacientes. Os alunos da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI são também uns privilegiados no que toca à utilização destes equipamentos para a investigação e para o aperfeiçoamento do processo de ensino e de aprendizagem. A modernização dos meios, a criação de novas possibilidades de formação pré-pós-graduada e contínua, facilitando o intercâmbio entre investigadores e instituições nacionais e internacionais são algumas dos proveitos deste projecto. Resta realçar que o projecto, que foi candidatado em Novembro de 2002 ao PRAI Centro (Programa Regional de Acções Inovadoras do Centro de Portugal) com um custo global de 288 mil euros e um apoio de 230 mil euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), termina agora em Novembro. No entanto, o desenvolvimento do e-learning deverá continuar a ser efectuado através de um outro projecto, o Semente – Sistemas e Métodos de Ensino usando Tecnologias da Informação Avançadas -, que a UBI e os parceiros CHCB e Escola Secundária Campos Melo, já candidataram ao Programa Operacional Sociedade de Informação. Este novo projecto está vocacionado para as tecnologias da informação, de forma a melhorar a qualidade do ensino.

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